Análise de Implantação da Rede de Atenção Psicossocial em Salvador.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Valério, Jéssica Janai Meneses lattes
Orientador(a): Soares, Catharina Leite Matos
Banca de defesa: Soares, Catharina Leite Matos, Chaves, Sônia Cristina Lima, Santos, George Amaral
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC-ISC)
Departamento: Instituto de Saúde Coletiva - ISC
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38017
Resumo: A política de saúde mental brasileira é o resultado de lutas e mobilização visando os direitos humanos, num momento de redemocratização do país, em que houve vários movimentos e legislações para redirecionar o modelo assistencial nessa área. Em 2011 foi publicada a portaria que institui a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) para pessoas com sofrimento ou transtorno mental visando ampliar o acesso e integrar diferentes pontos de atenção no cuidado à saúde mental. Estudos no país revelam a demanda de saúde mental organizada a partir da Atenção Básica, com apoio de outros serviços, mas também dificuldade destes profissionais em lidar com as necessidades de saúde mental, bem como pouca articulação com os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), resultando então numa rede ainda centrada apenas nos CAPS e hospitais psiquiátricos, com aumento de procura pela urgência/emergência psiquiátrica. Tal realidade é vista em Salvador, que possui lacunas de trabalhos avaliativos sobre essa temática e que contemplem todo município. Este trabalho tem o objetivo de analisar a implantação da RAPS em Salvador, no período de 2006 a 2020. É um estudo de avaliação com abordagem qualitativa. Para a fundamentação teórica utilizou-se a teoria do jogo social de Carlos Matus a fim de trazer elementos do contexto de implantação da rede. Foi elaborado um modelo lógico apresentando como a RAPS deve ser operacionalizada considerando seus objetivos, atividades em cada ponto de atenção e os resultados intermediários e finais. Os dados foram coletados por meio de documentos oficiais, bem como entrevistas e grupos focais online com informantes chave. O material foi processado e analisado à luz do modelo lógico e da teoria do jogo social. Para aferir o grau de implantação da rede foi criada uma matriz com dimensões de análise e indicadores submetidos a técnica de consenso. Os resultados revelaram que o prêmio disputado no jogo social é o modelo de atenção à saúde da RAPS Essa rede apresentou um grau de implantação incipiente distante de alcançar a atenção integral aos usuários. Os jogos macro organizacional, da comunicação e das ciências que tiveram maior influência sobre os nós críticos para implantação, tendo em vista que para os jogadores terem desejo pela jogada e capacidade para jogar precisam de estrutura de trabalho adequada, conhecimentos/formação, bem como se relacionar com outros jogadores. É preciso que a implementação da RAPS seja uma política de governo do município e que haja ações de planejamento para superar os principais nós críticos, bem como acompanhamento dessas ações por meio dos sistemas de informação para os ajustes necessários.