Gestão social das cidades. Península de Itapagipe: contornos da regularização fundiária social

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Oliveira, Marcio Barros de lattes
Orientador(a): Santos, André Luis Nascimento dos lattes
Banca de defesa: Santos, André Luis Nascimento dos lattes, Krieger, Morgana Gertrudes Martins lattes, Corá, Maria Amélia Jundurian lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Mestrado Multidisciplinar e Profissionalizante em Desenvolvimento e Gestão
Departamento: Escola de Administração
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39380
Resumo: O espaço urbano está marcado pelo embate entre as agendas do mercado e do Estado Democrático de Direito. Por um lado, a cidade tende a ser apropriada como uma mercadoria e diversos de seus lugares são mantidos na ilegalidade e na vulnerabilidade social. Por outro lado, esse mesmo espaço pode ser compreendido como um lugar do direito à cidade, à convivência participativa e dialógica de todos em torno de alternativas democráticas, dentre elas a regularização fundiária. Nesse âmbito, o estudo parte da seguinte reflexão: Memórias e caminhos para regularização fundiária urbana, tendo como contexto a Península de Itapagipe/BA. Os objetivos da pesquisa são identificar o histórico das legislações voltadas à propriedade de espaços urbanos no Brasil, com ênfase no período posterior à CF/1988; analisar registros históricos acerca da questão fundiária da/na Península de Itapagipe, Salvador/BA; propor ideias e práticas pelo direito à cidade tendo como referência o cenário atual da regularização fundiária da/na Península de Itapagipe, Salvador/BA. Para tanto, são analisados documentos como leis, regulamentos e certidões das matrículas dos imóveis que pertenciam a empresas do antigo polo industrial itapagipano, bem como dados historiográficos referentes às políticas habitacionais federais e do Governo do Estado da Bahia. As análises demonstraram que a outrora estratégica e industrial Itapagipe na atualidade é uma região atravessada pela especulação imobiliária e por uma iniciativa estatal ainda incipiente em favor de uma política habitacional que tenha na Regularização Fundiária de Interesse Social (Reurb – S) um de seus pilares. Apesar de estar em emergência na região um associativismo popular que busca articular suas demandas pela Reurb - S, a concessão desse benefício ainda incide sobre parcelas limitadas da população de Itapagipe. Considerando a gestão urbana como uma construção social aberta a ressignificações igualitárias e plurais, a análise propõe três movimentos: conscientizar as comunidades desassistidas pela regularização fundiária sobre os aspectos jurídicos e histórico-sociais desse dispositivo; fomentar iniciativas de reivindicação e fiscalização das políticas de regularização fundiária; valorizar o patrimônio urbanístico, histórico e cultural da Península de Itapagipe. Espera-se que o estudo possa oferecer contribuições para a ampliação do direito à cidade nessa tão importante região soteropolitana.