Bahia em transe: o Recôncavo no movimento rebelde de 1798

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Sacramento, Flávio Márcio Cerqueira do lattes
Orientador(a): Valim, Patrícia lattes
Banca de defesa: Valim, Patrícia lattes, Reis, Isabel Cristina Ferreira dos lattes, Magalhães, Pablo Antônio Iglesias lattes, Guerra Filho, Sérgio Armando Diniz lattes, Fraga Filho, Walter da Silva lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40225
Resumo: A presente tese analisa a inserção do Recôncavo no mapa do Movimento Rebelde de 1798, a partir da construção e atuação de uma rede revolucionária que circulou entre a Cidade da Bahia e as vilas e freguesias de São Francisco do Conde e Santo Amaro da Purificação, com ramificações e desdobramentos na Vila de Cachoeira, sendo alvo de devassas que revelaram ideias, ações, acusações, personagens, enredos, prisões e condenações, em uma Bahia inquieta e aflita diante de um cenário de crise que mostrou o destemor e a ousadia política de variados sujeitos no almejar de suas agendas. Pelos idos de 1795-1798, uma rede rebelde se articulou entre Salvador e o coração açucareiro da Bahia, tendo como um dos principais personagens o cirurgião Cipriano José Barata de Almeida, que se instalou na Freguesia do Monte, Vila de São Francisco do Conde, espalhando ali ideias de revolução ligadas aos planos e boletins publicizados na capital, em 12 de agosto de 1798. A rede revolucionária nasceu em Salvador, tendo com um dos principais organizadores o padre Francisco Agostinho Gomes, que junto ao tenente Hermógenes Francisco de Aguilar Pantoja traduziam obras francesas e doutrinavam rebeldes para ações ligadas à liberdade político-econômica, inspiradas em ideias iluministas da época. Porém, a doutrinação de Cipriano Barata pelo Recôncavo alcançou a gente de cor, a exemplo do mestre pedreiro Antônio Simões da Cunha, que teve acesso às ideias revolucionárias, reinterpretando-as diante da possibilidade do alcance de uma igualdade social, que aqui podemos traduzir como a busca pela cidadania. O pardo Domingos Borges de Barros também fez parte dessa rede rebelde, espalhando conteúdos antirreligiosos pela Vila de Santo Amaro da Purificação, aliado aos demais pardos que praticavam tais ações na Cidade da Bahia. Alguns rebeldes circularam pela Vila de Cachoeira, a exemplo do escravizado José Félix da Costa, que buscou no Movimento de 1798 uma via para sua liberdade, tendo também surgido nesta localidade denúncias de chefia de sedição contra o magistrado Joaquim de Amorim e Castro, apuradas num contexto de desdobramentos deste evento histórico. Portanto, demonstramos nesta tese como o Recôncavo foi um ninho de articulação e divulgação de variados projetos de liberdade e igualdade nos fins do século XVIII na Bahia.