Comunidade moral em David Hume

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Jesus, Cainan Freitas de lattes
Orientador(a): Silva, João Carlos Salles Pires da lattes
Banca de defesa: Silva, João Carlos Salles Pires da lattes, Leclerc, André, Peres, Daniel Tourinho
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Filosofia (PPGF) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37574
Resumo: Nossa pesquisa tem como objetivo principal compreender, na obra filosófica de David Hume, a tessitura das considerações sobre o espaço mesmo onde os indivíduos comunicam seus afetos em sociedade, e constroem as considerações sobre as regras da conduta social. Tomamos como nosso ponto de partida o esforço do autor em “introduzir o método experimental de raciocínio nos assuntos morais”. Este sub-título, insistentemente presente nos três livros que compõe o Tratado da Natureza Humana, parece ser a principal pista para entendermos a pretensão de sua obra. Assim, procuraremos ler as questões sobre o entendimento, as paixões e a moral, como uma teia argumentativa em que cada parte encontra-se intimamente conectada às demais. Ao considerarmos a inteireza de sua obra, a investigação sobre os processos cognitivos do sujeito fornecerá as bases necessárias para a estruturação dos assuntos morais. Contudo, encontramos algumas dificuldades, principalmente quando nos deparamos com a parte dedicada ao entendimento; pois, a crítica radical depositada por Hume aos domínios do conhecimento pareceria cair no profundo abismo do ceticismo. Deste modo, nosso projeto começa por reconhecer como a epistemologia crítica de Hume nos possibilita encontrar um terreno livre para a edificação das considerações que dizem respeito sobre a moral e a sociedade civil. Assim, encontramos as condições necessárias para compreender as dimensões ocupadas pela moral na natureza humana; e como a política torna-se necessária para a sobrevivência desta natureza. A recusa humeana às considerações absolutas está presente também na recusa do autor tanto à teoria contratualista quanto à idéia mesma de que os governos são fundamentados na benevolência divina. É a opinião que fundamenta toda a autoridade dos governantes sobre os governados. Pretendemos, portanto, reconhecer neste espaço, onde a imaginação parece sempre decidir os jogos sociais, um terreno sólido o suficiente para edificar estas considerações morais.