Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Fontenelle, Fernanda Matos |
Orientador(a): |
Souza, Edna Lúcia |
Banca de defesa: |
Santos, Pablo de Moura,
Santos Júnior, Aníbal de Freitas |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia, Instituto de Ciências da Saúde
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Programa de Pós-Graduação: |
Processos interativos de órgãos e sistemas
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/34010
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Resumo: |
Introdução: A fibrose cística é uma doença hereditária, autossômica recessiva, causada por mutações no gene Cystic Fibrosis Transmembrane Regulator. Este gene codifica a proteína de mesmo nome, responsável pelo transporte de íons através das membranas das células epiteliais, presentes nas glândulas exócrinas dos tecidos de diversos órgãos, resultando no espessamento das secreções mucosas, ocorrendo, assim, disfunções orgânicas. Devido ao caráter multissistêmico, crônico e progressivo, a fibrose cística requer um tratamento diário longo e complexo, o que pode dificultar a adesão ao tratamento. Objetivos: Avaliar a taxa de adesão ao tratamento, autorrelatada e aquela determinada, com base nos registros de dispensação de medicamentos pela farmácia, e pesquisar a associação entre variáveis sociodemográficas e clínicas e a adesão ao tratamento em indivíduos acomentidos pela enfermidade. Métodos: Realizou-se um estudo de corte transversal, com a utilização de duas metodologias para avaliar a adesão ao tratamento para a fibrose císttica. O teste de Morisky-Green foi aplicado para medir a adesão autorrelatada aos seguintes medicamentos: enzimas pancreáticas, alfadornase e tobramicina. Com base nos registros de dispensação da farmácia e de acordo com a prescrição médica, foi avaliado o quantitativo de utilização dos medicamentos dispensados e utilizados. Percentual de uso igual ou superior a 80% dos medicamentos dispensados foi classificado como boa adesão. Para avaliar a associação entre boa adesão e variáveis sociodemográficas e clínicas foram calculadas as razões de prevalência. Calculou-se também a taxa de corcordância da adesão mensurada pelos dois métodos. Resultados: Incluíram-se 43 participantes, sendo 55,8% do sexo feminino, mediana de idade de 7,3 anos. Houve adesão autorreferida para o uso de enzimas pancreáticas, alfadornase e a tobramicina inalatória de uso contínuo em, respectivamente, 65,8%, 50,0% e 44,4% dos participantes. Os percentuais de uso dos medicamentos dispensados pela farmácia foram 71,4%, 66,7%, 52,6%, para o uso de alfadornase, tobramicina de uso contínuo e enzimas pancreáticas, respectivamente. Ao se comparar os dois métodos, as taxas de corcordância encontradas para o uso de cada medicamento foram: 64,0%, 75,0% e 85,7%, para as enzimas pancreáticas, tobramicina de uso contínuo e alfadornase, respectivamente. Observou-se maior associação entre a adesão autorrelatada ao uso de enzimas pancreática e a idade atual de crianças com idade inferior a 14 anos (RP=2,15), escolaridade mais baixa de quem administra o medicamento (RP=1,63), recebimento do benefício do INSS para doenças crônicas (RP=1,46), sexo feminino (RP=1,35) e renda familiar mensal de até um salário-mínimo (RP=1,27). Obteve-se maior associação entre adesão ao uso da alfadornase e menor grau de escolaridade do responsável pela administração do tratamento (RP=1,54) e idade atual menor que 14 anos (RP=1,46). Conclusões: Obtiveram-se baixos percentuais de adesão ao tratamento pela utilização das duas metodologias. As taxas de adesão foram variáveis de acordo com o medicamento e o método utilizado. A adesão autorrelatda às enzimas pancreáticas foi superior àquela dos medicamentos inalados. Os registros de dispensação da farmácia revelaram taxas de adesão superiores para os medicamentos inalados. A adesão associou-se à baixa idade do participante e ao sexo feminino para todos os medicamentos avaliados. |