Avaliação da adesão ao tratamento medicamentoso em crianças e adolescentes com fibrose cística e fatores clínicos e nutricionais associados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Zamberlan, Samantha
Orientador(a): Marostica, Paulo José Cauduro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/273653
Resumo: Introdução: A fibrose cística (FC) é uma doença genética autossômica recessiva, mais frequente em caucasianos, causada por mutação no gene que codifica a proteína reguladora de condutância transmembrana da fibrose cística (CFTR). Uma falha na CFTR induz o organismo a produzir secreções mais viscosas que obstruem, principalmente, o pulmão, pâncreas e o ducto biliar. A doença pulmonar crônica, a insuficiência pancreática e a desnutrição afetam muitos pacientes com FC, por isso a adesão ao tratamento é fundamental. Uma elevada adesão, reduz a morbidade e mortalidade, além de reduzir os custos em saúde por diminuir as internações e gastos com medicamentos. Objetivos: Avaliar a adesão ao tratamento medicamentoso de pacientes pediátricos com FC e associar às variáveis socioeconômicas, clínicas e nutricionais. Métodos: Estudo transversal, incluindo pacientes entre 0 a 18 anos com diagnóstico de FC. Para a avaliação da adesão foram utilizados o questionário de autorrelato Brief Medication Questionnaire (BMQ) e as retiradas dos medicamentos na farmácia em um período de 12 meses. Calculou-se a média da taxa de posse de medicamentos (CMPR) para cada paciente, classificando em dois grupos: elevada adesão (≥0.8) e moderada/baixa adesão (<0.8). Foram obtidos os escores de Shwachman-Kulczycki, de Bhalla, a espirometria e o diagnóstico nutricional. Resultados: Dos 85 pacientes, 37,6% aderem ao tratamento conforme o BMQ, e 64% conforme o CMPR. Pela análise geral, houve associação entre CMPR com escore clínico (p=0,013), de Bhalla (p=0,02) e com melhor diagnóstico nutricional (p=0,045). Dividindo os grupos por faixa etária, no grupo entre 0-5 anos foi obtida associação entre fator socioeconômico da família com o CMPR (p=0,017), e com o BMQ (0,008) e no grupo entre 6-18 anos associação entre o CMPR e escore-Z do IMC (p=0,017), e SK (p=0,025), e associação entre adesão pelo BMQ e barreira de crença (p=0,022). Conclusões: A adesão ao tratamento com medicamentos pelo autorrelato foi menor do que a adesão pela retirada dos medicamentos na farmácia. O escore clínico de Shwachman-Kulczycki, Bhalla e o melhor diagnóstico nutricional foram correlacionados diretamente com o CMPR. Observou-se influência do fator socioeconômico em pacientes menores (<6 anos), e para os maiores (≥ 6 anos) das barreiras de crenças.