Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Pinto, Maria Teresa Fabiao da Silva |
Orientador(a): |
Domenici, Eloisa Leite |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Escola de Teatro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27497
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Resumo: |
Os encontros interculturais não são uma realidade recente, porém intensificaram-se na história pós-colonial, com os deslocamentos e as migrações, lançando novos desafios para o ser humano. Diferenças sociais e culturais muito grandes são colocadas em contato de modo abrupto e expostas ao convívio tensionado. Movida por minha própria história como portuguesa no trânsito Brasil-Portugal, investigo a criação em dança motivada por trânsitos e deslocamentos (de sujeitos, ideias, informações, imagens, objetos, etc), através de um processo criativo solo que teve como ponto de partida a relação construída com o ambiente cultural de Salvador (Bahia), e de outros experimentos criativos desenvolvidos com criadores e público em geral, nos dois lados do oceano. Este estudo reafirma uma visão de dança como movimento-pensamento-abordagem de mundo, e dialoga com uma perspectiva multidimensional de entrelugar, caraterizando-o como um estado intervalar, relacional, como espaço/ experiência da diferença, como condição híbrida, ou exotópica (BAKHTIN, 2003), e como campo possível de mobilização de identidades/ alteridades. A partir da abordagem metodológica da Prática como Pesquisa (BARRETT&BOLT, 2007; CANDY, 2006), discute de que forma experiências de entrelugar-vividas em primeira pessoa ou provocadas no(s) outro(s)- interferem nas criações, imagens recíprocas e relações culturais entre Brasil e Portugal, países que no passado mantiveram elos baseados no colonialismo. O argumento aqui defendido é que processos de criação interessados em trânsitos culturais possuem o potencial para acessar e convocar diferentes entrelugares, e, por consequência, mobilizar identidades e alteridades. Numa dimensão mais ampla esta investigação vem argumentar que os processos criativos em dança no contexto de experiências interculturais imersivas têm grande potencial de modificar a relação dos sujeitos criadores consigo mesmos, com o outro e com o mundo ao redor, sugerindo assim um entrelaçamento entre processos criativos/ processos interculturais/ processos interpessoais. O estudo destas dinâmicas sublinha o papel da dança como prática de transformação social, como uma chave importante nas novas formas de convivência que estamos tendo que descobrir atualmente. |