Tromboembolismo venoso após o transplante pulmonar em adultos: um evento frequente e associado à uma sobrevida reduzida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Ribeiro Neto, Manuel Lessa
Orientador(a): Barral, Aldina
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Medicina da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/30979
Resumo: Introdução:A incidência de tromboembolismo venoso (TEV) após o transplante de pulmão varia significativamente nos estudos publicados. Dois desses estudos sugerem que esses eventos trombóticos são associados a uma sobrevida mais curta póstransplante. No presente estudo, nós buscamos determinar a incidência, os preditores e o impacto do TEV na sobrevida pós-transplante em um centro de referência quaternário. Objetivo: Verificar se o TEV é preditor de mortalidade após o transplante de pulmão. Desenho do estudo: Coorte retrospectiva. Material e métodos: Este estudo analisou uma ampla coorte de receptores de transplante de pulmão. Os desfechos principais foram o tempo para ocorrência de TEV e a sobrevida pós-transplante. O diagnóstico de trombose venosa profunda (TVP) foi realizado através de ultrassom. O diagnóstico de tromboembolia pulmonar (TEP) foi realizado através de angiotomografia de tórax ou cintilografia pulmonar de ventilação/perfusão. Resultados: A incidência de TEV entre os 701 receptores de transplante de pulmão foi 43,8%, dentre os quais 97,7% foram episódios de TVP, e destes, 71,3% ocorreram nas extremidades superiores. Os preditores de TEV foram história pregressa de TVP (HR 2,82, IC 95% 1,49-5,37), dias cumulativos em unidade de tratamento intensivo (HR 1,01, IC 95% 1,01-1,02), e uso de oxigenação por membrana extracorpórea (HR 2,22, IC 95% 1,43-3,45). De modo relevante, TEV (tanto dentro de 30 dias quanto depois de 30 dias de transplante) apresentou associação independente com mortalidade pós-transplante (HR 1,70, IC 95% 1,28- 2,26). Localizações anatômicas da TVP, como em membros superiores ou abaixo do joelho também apresentaram associação com mortalidade. Conclusão: TEV foi frequente em pacientes submetidos a transplante de pulmão. TEV foi também preditor de uma sobrevida mais curta pós-transplante, mesmo quando localizado nos membros superiores ou abaixo do joelho. Estudos adicionais são necessários para investigar o melhor esquema de rastreamento e tratamento do TEV nesta população.