Validação do escore Page-B como prognóstico de evoluçãopara carcinoma hepatocelular (CHC) na hepatite b crônica, na população brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Ingrid Laise Vivas lattes
Orientador(a): Schinoni, Maria Isabel lattes
Banca de defesa: Schinoni, Maria Isabel lattes, Campos, Mauricio de Souza lattes, Pacheco, Sidelcina Rugieri lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Processos Interativos dos Órgãos e Sistemas (PPGORGSISTEM) 
Departamento: Instituto de Ciências da Saúde - ICS
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
VHB
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37175
Resumo: Introdução – A infecção pelo vírus da hepatite B (VHB) é um problema de saúde pública global. Diante disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o uso de medicamentos de administração oral e licenciados para o tratamento, tais como o tenofovir (TDF) ou entecavir (ETV). Esses medicamentos dificultam a formação de novas cópias do vírus e são potentes antivirais, pois apresentam alta barreira genética. Sendo assim, constituem uma importante terapêutica preventiva, pois uma menor carga viral do vírus da hepatite B (VHB) pode reduzir o risco de desenvolvimento de cirrose hepática (CH) e carcinoma hepatocelular (CHC), sendo esse último uma das consequências mais graves da evolução dessa infecção. Considerando tal prevenção, têm sido desenvolvidos e validados escores de risco para previsão de desenvolvimento de CHC. Dentre as diversas ferramentas avaliativas disponíveis na literatura, o escore PAGE-B parece ser o mais promissor, pois apresenta alto valor de índice de concordância, usando poucas variáveis, disponíveis em quaisquer prontuários: plaquetas, idade e gênero. Apesar disso, esse avaliador não foi validado em populações multiétnicas; apenas em caucasianos e asiáticos. Objetivo – Validação do escore de risco PAGE-B no desenvolvimento de CHC em uma população multiétnica de pacientes brasileiros portadores de VHB. Método – Trata-se de um estudo de coorte, histórico, retrospectivo, descritivo e analítico. A população do estudo é constituída de pacientes com VHB crônica, em tratamento com medicamentos antivirais. A amostra foi composta por 659 indivíduos acompanhados em um centro de referência do estado da Bahia e do estado de Rondônia, pelo período mínimo de três anos, em tratamento antiviral, com análogos nucleos(t)ídeos (AN). Utilizou-se o cálculo de pontuação de risco do escore PAGE-B para a análise das variáveis descritas: sexo, idade e contagem de plaquetas. De acordo com o escore achado para previsão de CHC, classificou-se o risco em baixo, moderado e alto. A análise estatística foi realizada pelo programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). As probabilidades cumulativas de ocorrência de CHC nos indivíduos foram estimadas pelo método de Kaplan-Meier, comparado com o teste de Log-rank. Utilizou-se o modelo de risco proporcional de regressão Cox para estimar o efeito de várias variáveis sobre o risco de ocorrência de CHC. Resultados – A pontuação média do escore PAGE-B foi de 12,77±5,631. De acordo com o escore PAGE-B, 206 (31,2%), 287 (43,5%) e 166 (25,3%) pacientes apresentaram baixo risco, moderado e alto de desenvolvimento de CHC, respectivamente. Durante o período de tratamento e acompanhamento, 31 (4,7%) pacientes desenvolveram CHC. Esses pacientes eram predominantemente do sexo masculino, média de idade igual a 57,4 ± 12,6 e tinham níveis mais baixos de plaquetas. Nos estágios de fibrose, foram obtidos os seguintes dados: (F0-F1) 355 (53,86%), (F2) 135 (20,48), (F3) 59 (8,95%) e (F4) 110 (16,69%). Conclusão – O escore PAGE-B ofereceu 80% de sensibilidade, 55% de especificidade, 8% VPP e 98% VPN para previsão de CHC nos conjuntos de dados de validação. Com base nos resultados supracitados, foi possível validar o escore PAGE-B no Brasil, que pode ser uma ferramenta de predição do CHC.