Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Vieira, Verônica Cheles |
Orientador(a): |
Medeiros, Danielle Souto de |
Banca de defesa: |
Medeiros, Danielle Souto de,
Rocha, Daniela da Silva,
Freitas, Brunnella Alcântara Chagas de |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto Multidisciplinar de Saúde Campus Anísio Teixeira Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Pós- Graduação em Saúde Coletiva, Instituto Multidisciplinar em Saúde, Universidade Federal da Bahia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33881
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Resumo: |
Introdução: O acompanhamento do processo de crescimento tem sido bastante utilizado para o diagnóstico das condições de saúde das populações. Nos neonatos prematuros, a falha do crescimento no período pós-natal, conhecida como Restrição do Crescimento Extrauterino (RCEU), é marcador de grave déficit nutricional durante as primeiras semanas de vida e pode acarretar em sérias consequências a curto e longo prazo. A utilização de terapia medicamentosa em prematuros internados nas unidades neonatais também desperta atenção em decorrência da alta prelavência do uso de fármacos classificados como off label ou não licenciados e da suscetibilidade desse grupo para a ocorrência de efeitos farmacológicos adversos e tóxicos. Objetivos: Estimar a incidência de RCEU e investigar os fatores de risco associados em uma população de prematuros internados em Unidades de Terapia Intensiva Neonatais (UTIN) no município de Vitória da Conquista – Bahia. Avaliar o uso de medicamentos off label e sem licença e fatores associados em recém-nascidos prematuros internados nessas unidades. Métodos: Estudo de coorte não concorrente, com análise em prontuários de prematuros internados acompanhados durante o período neonatal. Avaliou-se a ocorrência de RCEU em prematuros com idade gestacional corrigida (IGC) de 36 semanas durante o período de permanência na UTIN. Foram investigadas associações entre RCEU e doença materna, características do nascimento, morbidades neonatais e práticas clínicas através de análises descritivas, bivariadas e multivariadas dos dados. O uso e número de medicamentos foram registrados e categorizados segundo classificação Anatomical Therapeutic Chemical. Foram realizadas análises descritivas e bivariadas dos dados para avaliar associações entre o número de medicamentos utilizados (total, off label e sem licença) e as variáveis explicativas de interesse. Resultados: Dos 91 prematuros, 59,3% (IC95% 48,9-69,0%) desenvolveram RCEU na IGC de 36 semanas. As Infecções de Transmissão Vertical (ITV) foram observadas em 4,4% da população, sendo que todos os acometidos apresentaram RCEU. O modelo final de análise demonstrou que a presença de ITV permaneceu positivamente associada a RCEU (RR=1,57, IC95% 1,07-2,30%); as covariáveis sexo feminino (RR=1,49, IC95% 1,11-2,02%), classificação prematuro moderado (RR=1,41, IC95% 1,06-1,87) e nascer pequeno para a idade gestacional (RR=2,69, IC95% 1,85-3,90%) também influenciaram este desfecho. Os 400 neonatos prematuros utilizaram 16.143 medicamentos, com 86 especialidades diferentes; 51,9% desses itens foram classificados como off label e 23,5% como sem licença. Os mais prescritos foram gentamicina e ampicilina (17,5% e 15,5% dos off label , respectivamente) e cafeína (75,5% dos não licenciados). O estudo demonstrou associações significativas do uso de medicamentos off label com a menor idade gestacional, baixo peso ao nascer, menor escore de Apgar do 5° minuto, manobra de reanimação avançada em sala de parto e óbito. Com os medicamentos não licenciados, verificou-se associações com a menor idade gestacional, baixo peso ao nascer e escore de Apgar do 5° minuto menor que 7. Conclusão: Neste estudo encontramos as ITV como importante fator de morbidade, condicionando o aumento da incidência de RCEU. São doenças passíveis de serem evitadas ou de terem suas consequências minimizadas com a otimização das ações de atenção ao planejamento familiar, pré-natal e assistência à saúde neonatal. Os neonatos internados em UTIN são muito expostos ao uso de medicamentos off label e sem licença. Tornam-se necessários maiores investimentos em estudos para alcançar maior segurança e qualidade da terapêutica medicamentosa empregada em neonatologia. |