Aspectos geológicos, petrológicos e geoquímicos do Plutonismo Miasquítico Brasiliano da região Sul do Estado da Bahia: Batólito Sienítico Itabuna

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Peixoto, Adriana Almeida de
Orientador(a): Conceição, Herbet
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Geociências
Programa de Pós-Graduação: Geologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/22034
Resumo: O Batólito Sienítico Itabuna, com idade de 676 ± 5 Ma, constitui a maior intrusão (450 km2) da Província Alcalina do Sul do Estado da Bahia. Os corpos alcalinos desta província mostram-se regionalmente alinhados NE-SW, sendo essa estruturação controlada pela zona de cisalhamento Itabuna-Itajú do Colônia, tida como antiga e reativada durante o Neoproterozóico. Esta província é essencialmente constituída por nefelina-sienitos e sienitos, tendo sodalita-sienitos e rochas máficas em volume pouco expressivo. Este batólito faz, em parte, contato por falhas com metamorfitos arqueano-paleoproterozóicos encaixantes, e em certas regiões ele pode ter forma irregular. Internamente as rochas exibem abundantes estruturas de fluxo magmático, que são visualizadas pelas orientações de fenocristais e de enclaves máficos. Diques máficos, félsicos e pegmatíticos são relativamente abundantes. Os nefelina-sienitos ocorrem limitados a poucas regiões. No Batólito Sienítico Itabuna identificou-se à presença dominante de sienitos, seguido por monzonitos, existindo de forma subordinada monzogabro, monzodiorito e nefelina-sienito. Os contatos entre estas rochas, apesar da dificuldade de visualização devido à presença de densa floresta, são em geral gradacionais. No caso específico dos contatos entre dioritos e sienitos eles são marcados pela presença de grande volume de enclaves elipsoidais de dioritos nos sienitos, existindo em muitos afloramentos evidências de mistura entre magmas. As rochas dominantes deste batólito exibem granulação média a grossa e são constituídas por andesina-oligoclásio, feldspato alcalino, diopsídio, anfibólio e biotita, tendo como acessórios olivina, apatita, óxidos de Fe-Ti, quartzo, allanita, zircão, nefelina e carbonato. Estes minerais exibem bom euedralismo e os feldspatos usualmente ocorrem em padrão angular ou triangular tendo seus interstícios ocupados por minerais máficos e acessórios. Nos nefelina-sienitos o principal mineral máfico é a biotita. Sodalita ocorre de forma subordinada em algumas rochas. Neste batólito dominam rochas intermediárias, miasquíticas, de alcalinidade média com algumas sendo peraluminosas e que exibem correlação positiva entre a sílica e o total de álcalis. Em diagramas Harker observam-se correlações positivas com o aumento da sílica apenas para K2O, Al2O3 e Na2O, expressando o fracionamento de plagioclásio cálcico, minerais máficos e acessórios. Os conteúdos de Ba, Sr, V tendem a decrescer com o aumento da sílica enquanto tem-se aumento de Rb. Os valores de Zr, Y, Nb variam com o conteúdo de sílica e tendem a ser mais elevados nos tipos mais evoluídos. Os espectros de ETR mostram-se fracionados nos ETRL e seus totais tendem a decrescer com o fracionamento. A posição deslocada das demais rochas ocupada pelos nefelina-sienitos é interpretada como sendo uma intrusão com história de cristalização distinta. As simulações de mistura entre os magmas, basáltico alcalino e traquítico, evidenciam que as rochas do Batólito Sienítico Itabuna resultaram de processo de mistura entre magmas alcalinos com graus de evoluções distintas. Além disso, as simulações de mistura com dados isotópicos reforçam esta hipótese e indicam participação de material crustal. O modelo petrogenético advogado para a formação das rochas do Batólito Sienítico Itabuna envolve a existência de mistura de magmas alcalinos com graus de diferenciação distintos e com participação de assimilação de crosta continental. Por outro lado, a presença de nefelina-sienitos neste corpo é interpretada como uma intrusão com evolução geoquímica distinta das rochas dominantes.