Práticas discursivas e produção de sentidos sobre educação em saúde no contexto pandêmico da covid-19 em uma USF/Salvador

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Oliveira, Clafylla Luiza Cruz de lattes
Orientador(a): Jesus, Mônica Lima de lattes
Banca de defesa: Jesus, Mônica Lima de lattes, Bernardes, Jefferson de Souza lattes, Patiño, Rafael Andrés lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPSI) 
Departamento: Instituto de Psicologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35004
Resumo: Esta dissertação teve como objetivo compreender os efeitos das práticas discursivas produzidas por profissionais de uma Unidade de Saúde da Família (USF) e Núcleo de Apoio/Ampliado de Saúde da Família (NASF) sobre práticas educativas em saúde no contexto de enfrentamento da pandemia da covid-19. Norteadas pelas contribuições da Psicologia Social Construcionista, mais especificamente das Práticas Discursivas, realizamos a leitura e análise de documentos de domínio público, sendo compreendidos como tais: portarias, leis e cadernos da Atenção Básica, artigos científicos disponíveis na base de dados da Scielo e vídeos produzidos pelos/as profissionais da USF contexto da pesquisa. A análise dos documentos de domínio público subsidiou arcabouço teórico para discussões das categorias elaboradas. Foram realizadas também seis (06) entrevistas com profissionais dessas equipes durante o período entre 09 de julho de 2021 e 10 de setembro de 2021. As entrevistas contemplaram além da abordagem sobre dados sociodemográficos e relatos pessoais e profissionais, a exibição de um dos vídeos produzidos pelas equipes a fim de fomentar a discussão sobre como essas produções foram realizadas e possíveis efeitos. Todas as entrevistas foram audiogravadas, transcritas integralmente e analisadas através, inicialmente, da análise categorial temática e, posteriormente, pela elaboração de mapas dialógicos. Os/As profissionais participantes caracterizaram suas experiências no trabalho, enfatizando o símbolo de potência do território e da população para os serviços ofertados pela AB, bem como o elo crucial estabelecido por intermédio dos/as agentes comunitários/as de saúde, principalmente durante uma crise sanitária, na qual a regra vigente é a prevenção. Os desafios pandêmicos da covid-19 elencados pelos/as participantes compõem um quadro de agravamento do processo de sucateamento e desmonte do SUS, bem como marcam o enfraquecimento do instrumento potência da AB: o vínculo com o território e população. Apresentamos, a partir disso, uma discussão sobre a ampliação do conceito de educação em saúde, considerando atravessamentos como a dimensão da participação popular e contexto político-social-profissional de efetivação de tais práticas. Concluímos que o conceito de Educação em Saúde tange esferas variadas de atuação profissional na AB/ESF e NASF, provocando sentidos e efeitos distintos que se relacionam com as vozes que os produzem. Isso se dá mediante experiências que são construídas diante da dinamicidade do território e das demandas, bem como a familiarização ou não com as práticas de educação em saúde (PES) e diretrizes preconizadas para o funcionamento da AB. Diante disso, repertórios linguísticos resgatam sentidos da prática profissional durante situações de emergências e desastres, tais como: acolhimento e escuta. A Psicologia se destaca nas falas como discurso com maior aproximação para tal manejo, saber que auxilia práticas profissionais e a própria realização das PES diante dos efeitos produzidos em situações como crises sanitárias. Assim, a centralidade da organização de vidas em um território não apenas se põe como símbolo teórico para reger serviços em saúde na AB como convoca em meio à pandemia da covid-19 o lugar de potência para articulações que visem a promoção de saúde circunscrita a uma lógica de cuidado que respeite a autonomia das pessoas diante da produção individual e coletiva de saúde