Experiências de mulheres com doença falciforme com aborto e morte fetal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Ueigla Batista da lattes
Orientador(a): Ferreira, Silvia Lúcia
Banca de defesa: Ferreira, Silvia Lúcia, Cordeiro, Rosa Cândido, Almeida, Lilian Conceição Guimarães, Gesteira, Solange Maria dos Anjos
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (PPGENF)
Departamento: Escola de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40209
Resumo: A Doença falciforme interfere diretamente na vivência e na saúde reprodutiva das mulheres. Ela não contra indica a gravidez, contudo, devido ao seu potencial de gravidade, a gestação em mulheres com este diagnóstico é considerada de alto risco. Ressalta-se que a gravidez é um evento muito desejado onde cria expectativas em relação a maternidade, contudo para as mulheres com Doença falciforme representa mais um fator de risco, o que pode deixá-las inseguras e temerosas com relação ao futuro da gestação, da criança e da própria saúde. A perda do filho durante a gestação traz reações diversas, comumente muito sofridas. Aparece uma desvalorização da autoimagem, por parte da mulher, pelo sentimento de que seu corpo não pôde funcionar adequadamente durante a gestação ou pela crença de que não é capaz de desempenhar seu papel biológico e conjugal. A pesquisa objetiva-se Analisar as experiências de mulheres com doença falciforme em situação de perda, causada por aborto espontâneo, morte fetal e como se reconfiguram os desejos de maternidade. Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa, realizada com 20 mulheres com diagnostico confirmado de doença falciforme, que já tiveram experiência de perdas gestacionais e cadastradas no Ambulatório Municipal de Hepatites Virais e Doença Falciforme de Salvador/BA, através de entrevistas semiestruturadas utilizando como método de análise o Discurso do Sujeito Coletivo. Os resultados apontam que perante a gravidez e a maternidade, lidar com a morte pode ser uma experiência extremamente dolorosa tanto para a gestante como para sua família, culpa, a depressão, tristeza, racismo institucional e a falta de preparo dos profissionais são sinais de feridas psicológicas sofridas pelas mulheres, indicando quão profundamente a perda às sensibiliza, fazendo-as sofrer física e emocionalmente. Os resultados mostram como a vida dessas mulheres foi fortemente marcada pela doença e pela perda gestacional. A maternidade em mulheres com doença falciforme apresenta vários conceitos e diferentes formas de pensar, a vivência da maternidade é momento impa, de muitas expectativas e sentimentos principalmente quando se refere a um estado de espera/ incerteza, como é a gestação de mulheres com a doença para uma realidade objetiva da maternidade. Os discursos apresenta a participação do companheiro e da família e a importância do seu apoio durante a vida e as escolhas das mulheres no enfrentamento da doença e nas decisões reprodutivas. A temática em foco vem sendo objeto de discussão no âmbito das políticas públicas em saúde. Para que se possam viabilizar tais políticas, faz-se necessário buscar o sentido da expressão da perda gestacional e o significado da maternidade, a opção por ter filhos, embora com risco, deve ser assegurada com uma assistência de planejamento familiar e pré-natal de qualidade.