As esponjas têm uma zona de crescimento preferencial? Evidências in situ, morfológicas e moleculares.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Gouveia, Bruno Cajado Almeida lattes
Orientador(a): Lanna Neto, Emílio de
Banca de defesa: Lanna Neto, Emílio de, Vellutini, Bruno Cossermelli, Oliveira, Janaina Lima de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Evolução (antigo Programa de Pós Graduação em Diversidade Animal-PPGDA) 
Departamento: Instituto de Biologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38441
Resumo: Em Porifera o crescimento é considerado indeterminado, em oposição às zonas de crescimento de muitos invertebrados marinhos modulares. Mas, seriam as esponjas tão simples? Saber se há regionalização nas esponjas é importante para compreendermos a evolução dos planos corporais nos metazoários. Aqui, estamos comparando o transcriptoma (RNAseq, de novo), a morfometria e a histologia de duas regiões do corpo da esponja: proximal (com módulos do sistema aquífero desenvolvidos) e distal (com a possível zona de crescimento). A ausência de ósculos distalmente, ramos reptantes e relação positiva entre o comprimento e o número de ósculos fizeram da Cladocroce caelum (Haplosclerida) a espécie-modelo deste estudo. Obtivemos 167.551.552 reads dos oito fragmentos sequenciados, recuperando 99% dos transcritos para Eukarya e 94% dos genes previstos em Metazoa. Todos os genes característicos das esponjas envolvidos na reprodução e manutenção de células-tronco foram expressos em ambas as regiões, além de muitos genes das vias de sinalização Hedgehog, Wnt, TGF-beta, Notch-Delta, JAK-STAT, os receptores nucleares e RTK, e as CAM. Destes 140.614 transcritos, 60 foram expressos diferencialmente (FDR < 0,96) entre as regiões: 21 transcritos foram regulados positivamente na região proximal e 39 na região distal, incluindo Frizzled-2 (receptor relacionado à via Wnt). Ao acompanharmos o crescimento de 37 espécimes in situ durante um mês, pudemos observar que o crescimento acontece preferencialmente na região distal (28,2% de aumento no comprimento contra 12,8% na largura). As análises celulares também demostram diferenças na composição, com predomínio dos arqueócitos (células pluripotentes, 65,3%) na região distal, e dos coanócitos (células de manutenção corporal, 47,6%) na proximal. Com isso, o perfil de expressão gênica, o padrão de crescimento e a composição celular das duas regiões apresentam diferenças, podendo indicar regionalizações no corpo. Portanto, apesar da simplicidade das esponjas, esses animais podem compartilhar com os demais uma zona preferencial de crescimento.