Drogas sintéticas na Bahia e em Sergipe: estudo sobre a prevalência de estimulantes do tipo anfetamina e novas substâncias psicoativas.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Cunha, Ricardo Leal lattes
Orientador(a): Pereira, Pedro Afonso de Paula lattes
Banca de defesa: Navickiene, Sandro lattes, Pereira, Pedro Afonso de Paula lattes, Cunha , Silvio do Desterro lattes, Campos , Vania Palmeira lattes, Lopes, Wilson Araújo lattes, Costa , Jose Luiz da
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Química 
Departamento: Instituto de Química
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38060
Resumo: O mercado ilícito de drogas sintéticas é caracterizado por uma ampla variedade de substâncias psicoativas de diferentes classes químicas e farmacológicas, tais como estimulantes do tipo anfetamina e novas substâncias psicoativas. O conhecimento sobre a sua composição química, assim como a natureza e a quantidade dos ativos presentes, é importante para o atendimento de emergência em casos de intoxicação por essas substâncias e para estabelecer procedimentos adequados de análise química e toxicológica nos laboratórios forenses. O objetivo desse trabalho foi o de estudar a prevalência de estimulantes do tipo anfetamina e novas substâncias psicoativas nos estados da Bahia e Sergipe, envolvendo apreensões policiais ocorridas no período de 2014 a 2019. Em um total de 223 amostras apreendidas e analisadas, nas quais predominaram comprimidos de ecstasy e Nobésio, foram identificadas, através da utilização das técnicas de GC-MS, FTIR e 1D-NMR, 21 substâncias entre drogas sintéticas clássicas e novas substâncias psicoativas, com destaque para cinco, cujas purezas foram determinadas por qNMR, para fins de utilização como padrões analíticos. De forma a determinar a composição dos comprimidos de ecstasy e de Nobésio, foi desenvolvido e otimizado um método analítico empregando GC-MS. As análises de 101 comprimidos de ecstasy mostraram que o MDMA era o principal componente, sendo encontrado em 57% das amostras, em quantidades entre 27,3 e 187,1 mg por comprimido. Além disso, misturas de MDMA, MDA, cafeína e catinonas sintéticas foram observadas em 34 amostras analisadas. Por outro lado, as análises de 102 comprimidos de Nobésio mostraram que clobenzorex e cafeína eram as únicas substâncias presentes, sendo encontradas em 93% das amostras em quantidades entre 2,2 e 34,5 mg por comprimido e 4,9 e 118,3 mg por comprimido, respectivamente. Como última etapa, tendo como objetivo investigar o possível uso dessas drogas em casos reais de ocorrências criminais foi desenvolvido um método analítico para determinação de 11 drogas sintéticas em amostras de sangue post-mortem, empregando precipitação de proteínas e LC-MS/MS. O método foi aplicado a cinquenta amostras e em cinco delas foram identificadas MDMA, MDA, anfetamina e clobenzorex, em concentrações que variaram entre < LQ (5,0 ng.mL-1) para MDMA e 389,3 ng.mL-1 para anfetamina. Esses resultados demonstram que o comércio ilícito de drogas sintéticas nesses estados, bem como a diversidade de novas substâncias identificadas nas amostras apreendidas, contribui para a ocorrência de casos de intoxicação, às vezes fatais. Dessa forma, torna-se necessária a adequação dos laboratórios forenses e o desenvolvimento de novos métodos, tornando-os capazes de analisar essas substâncias e outras que possam surgir em materiais apreendidos e em amostras biológicas no contexto da química forense e da toxicologia forense.