Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Carneiro, Monique França |
Orientador(a): |
Iriart, Jorge Alberto Bernstein |
Banca de defesa: |
Menezes, Greice Maria de Souza,
McCallum, Cecilia Anne,
Alves, Maria Teresa Seabra Soares de Britto e |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Saúde Coletiva-ISC
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/18336
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Resumo: |
O trabalho teve por objetivo compreender os significados da experiência de mulheres na internação por aborto, a partir das suas trajetórias nas diferentes etapas da atenção nas maternidades, da interação com profissionais de saúde e outras mulheres internadas e da percepção sobre a assistência recebida. Este artigo teve origem de uma pesquisa etnográfica que combinou entrevistas semiestruturadas e observação participante, durante nove meses entre 2008 e 2009. Foram analisadas 19 entrevistas com mulheres que declararam ter abortado em três maternidades públicas de Salvador, Bahia, Brasil. Para a interpretação qualitativa dos dados, utilizou-se a técnica da análise de conteúdo. Os relatos indicaram a preponderância das experiências anteriores de aborto e também partos, sejam delas próprias ou de mulheres conhecidas, na significação da experiência corporal e emocional em cada etapa da internação. A hospitalização foi marcada, sobretudo, por sentimentos negativos (medo, solidão, culpa e arrependimento) além de dor física e emocional, mas também pelo alívio com o fim da gravidez e dos sintomas físicos. Sofrimento adicional foi condicionado pela organização (inadequada) da assistência. A falta de apoio emocional e de informação, a convivência com a dor, a sensação de abandono pela equipe e um cuidado visivelmente tecnicista – com pouco acolhimento às demandas das mulheres – evidenciaram o não cuidado às mulheres, com o descumprimento das normas de atenção humanizada. Algumas delas consideraram estes aspectos a forma pela qual se manifestava a discriminação por terem abortado. Paradoxalmente, as mulheres tenderam a avaliar positivamente a assistência, sendo discutidos sete elementos que contribuíram para esta percepção. A relação com as outras mulheres cumpriu papel positivo, na qual a troca de experiências e o apoio mútuo tornaram a hospitalização mais suportável. Por fim, o trabalho demonstra que profissionais, gestores e governos devem garantir esforços para promover o atendimento humanizado e de qualidade às mulheres com abortamento, buscando alternativas que levem em consideração as experiências das mulheres no ajustamento das atuais condutas, além da revisão das leis que criminalizam o aborto. |