Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1992 |
Autor(a) principal: |
Silva, Rebeca de Souza e |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-10012018-113749/
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Resumo: |
O conhecimento da incidência e das características do aborto provocado, sobretudo o ilegal, é de grande interesse tanto para a Saúde Pública, como para a Demografia. Não obstante, poucos são os estudos na América Latina e no Brasil, que se propõem a investigar sua ocorrência. Ocorre que a conotação de \"crime\", que lhe é atribuída, dificulta sobremaneira sua abordagem. A presente pesquisa foi realizada entre 2.000 mulheres em idade fértil - 15 a 49 anos -, residentes no sub-distrito de Vila Madalena, São Paulo, Brasil, com o objetivo central de aprofundar o conhecimento do aborto provocado, relacionando-o a variáveis sociais, econômicas e demográficas, reconhecidamente ligados à sua ocorrência, e, especialmente à fecundidade. Em caráter experimental, utilizou-se a Técnica de Resposta ao Azar (TRA) que, segundo a literatura internacional, propicia a obtenção de informação mais fidedigna. A avaliação da viabilidade deta técnica é outro objetivo da pesquisa. Pela TRA pôde-se estimar que 41 em cada 1.000 mulheres, provocaram um aborto em 1987, enquanto apenas 8 em 1000 mulheres admitiram, por abordagem direta, terem provocado um aborto nesse período. Os resultados confirmam, por um lado, omissões voluntárias de informação e, por outro, a conveniência de se trabalhar com a TRA. A análise de diferenciais dos abortos ocorridos no transcorrer da vida reprodutiva, identificou as não casadas, as sem nascidos vivos, as com menor nascimentos que o desejado, as que possuem entre 15 e 19 anos de idade, as que verbalizaram aceitar a prática do aborto provocado em qualquer circunstância, como sendo as categorias de mulheres que ao engravidarem, recorrem com maior intensidade ao abortamento provocado. Mediante o estabelecimento de paralelismos entre TRA e abordagem direta, pôde-se evidenciar que as mulheres que mais omitem informação são, em geral, as que mais abortam. A elaboração dos modelos multivariados, por sua vez, permitiu evidenciar que, não possuir restrições à prática do aborto e não ser casada, são potenciais fatores de risco. Ao que tudo indica, enquanto as mulheres não casadas, particularmente as solteiras, recorrem ao aborto para se livrarem de uma gravidez indesejada, as casadas o buscam para manter o número de filhos dentro dos limites desejados ou para espaçar um nascimento de outro. Há razões para se suspeitar que a prática do aborto se intensificará em nosso meio, num futuro próximo. Ao que parece, nem a renda familiar nem a escolaridade, intervêem na opção da mulher pelo aborto. Enfim, apesar das dificuldades existentes em se trabalhar o tema aborto, os resultados conseguidos nesta pesquisa, deste ponto de vista, superaram a expectativa, fundamentalmente, em função do sucesso da TRA. |