A opacidade do sujeito enunciador na construção da escrita.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Sampaio, Maria das Graças de Castro
Orientador(a): Souza, Iracema Luiza de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística da UFBA
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/11631
Resumo: O desempenho de estudantes do Ensino Médio da Rede Particular de Ensino de Salvador, no que se refere à produção escrita, tem decaído em qualidade. As evidências disso são notórias. A resposta inadequada ao ensino da escrita, mais especificamente de um tipo textual que percorre as três séries do Ensino Médio, tem sido atribuída ao descompromisso e capacidade deficitária desses jovens. O interesse pela questão repercute nesta pesquisa, que reúne três caminhos teóricos na busca do entendimento desse fenômeno: a Análise do Discurso de linha francesa quanto à dificuldade do sujeito enunciador de produzir textos que tenham a transparência necessária ao entendimento do interlocutor, na educação que se pretende dialógica; a função da escola no que diz respeito à formação de estudantes de consciências críticas (PAULO FREIRE) bem como de sujeitos interactantes e, por fim, a integração do trabalho didático de produção de textos na teoria de VYGOTSKY de que a aprendizagem promove o desenvolvimento mental, não o inverso, e também de que a aprendizagem da escrita acrescenta à vida novos e complexos ciclos de desenvolvimento de processos mentais, equivalentes em importância aos da aquisição da linguagem. Após a análise desses elementos como responsáveis pela tessitura do trabalho pedagógico de ensino da produção escrita, são analisados 18 textos de alunos da 1ª série do Ensino Médio, apresentados como resposta a dois diferentes temas. Nesses textos, usando o paradigma indiciário de GINZBURG (2003), buscam-se as configurações singulares e as regularidades que se ocultam sob a opacidade nesses espaços de dissenções (FOUCAULT, 2004). Chega-se, assim, à suposição, ainda que preliminar, de que esses enunciadores de discurso opaco são frutos da sociedade, da escola e da visão equivocada de professores quanto ao desenvolvimento cognitivo de estudantes desse seriado.