Relação entre artralgia persistente após diagnóstico de chikungunya e qualidade de vida, saúde mental e absenteísmo laboral

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos, Lorena Gomes lattes
Orientador(a): Ribeiro, Guilherme de Sousa
Banca de defesa: Ribeiro, Guilherme de Sousa, Fernandes, Rita de Cássia Pereira, Cardoso, Cristiane Wanderley
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Saúde, Ambiente e Trabalho (PPGSAT) 
Departamento: Faculdade de Medicina da Bahia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39998
Resumo: Introdução: a chikungunya manifesta-se tipicamente por meio de febre e artralgia, que podem persistir por meses e anos. A permanência das dores articulares por longos períodos pode ocasionar incapacidade para a realização de atividades cotidianas. Objetivo: descrever a qualidade de vida, a saúde mental e o impacto sobre o trabalho diante da persistência da artralgia em pacientes com chikungunya. Metodologia: nos meses de junho de 2019 a março de 2020, um estudo de vigilância para doenças febris e exantemáticas agudas identificou pacientes com evidência laboratorial (qRT-PCR ou Elisa IgM) de infecção pelo vírus chikungunya em uma Unidade de Pronto Atendimento de Salvador – Bahia. De outubro de 2021 a janeiro de 2022, os casos identificados com idade ≥ 18 anos foram entrevistados por telefone para coleta de dados sobre persistência da artralgia e o seu impacto. Os participantes que referiram dor articular por ≥90 dias foram classificados como portadores de artralgia persistente e os demais sem artralgia persistente. Para avaliar a qualidade de vida, foi utilizada a questão geral sobre autoavaliação de saúde do instrumento da escala SF-12 e para avaliar a saúde mental foram aplicados questionários das escalas PHQ-9 e GAD-7. Questões fechadas foram usadas para avaliar absenteísmo laboral. Frequências relativas e absolutas, medidas de tendência central e dispersão foram calculadas para descrever os participantes e seus desfechos. O estudo foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Gonçalo Moniz. Resultados: dos 63 casos de chikungunya entrevistados, 42 participantes (66,7%) apresentaram persistência da artralgia. Baixo nível de qualidade de vida foi relatado por 68,3% daqueles com artralgia persistente e por 30,0% daqueles sem persistência da artralgia. Sintomas de ansiedade foram reportados por 43,9% e 35,0% daqueles com e sem persistência da artralgia e sintomas de depressão por 24,4% e 5,0%, respectivamente. O afastamento laboral ocorreu em 83,0% e 50,0%, respectivamente. Conclusão: embora o tamanho da amostra tenha limitado o poder para verificar se as diferenças eram estatisticamente significantes, o estudo reforça o impacto negativo da chikungunya para saúde mental, qualidade de vida e trabalho, ressaltando a necessidade do adequado dimensionamento dos serviços de saúde para garantir assistência psicológica e reabilitação aos pacientes.