Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Costa, Martha Benevides da |
Orientador(a): |
Abib, Pedro Rodolpho Jungers |
Banca de defesa: |
Santos, Romilson Augusto,
Bordas, Miguel Angel García,
Pais, José Antonio Machado da Silva,
Silva, Dulciene Anjos de Andrade e |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Faculdade de Educação
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Educação
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/18037
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Resumo: |
Debruço-me, nesta pesquisa, sobre possíveis trilhas para repensar currículos e práticas pedagógicas de modo a articular a valorização e a tematização contextualizada das culturas populares no âmbito da educação formal. O objeto de estudo se apresenta a mim desde minha experiência docente e minhas interrogações se fazem mais significativas quando levo em conta a relevância da dimensão cultural em toda dinâmica social contemporânea e a sua consideração no âmbito da educação escolar numa perspectiva liberal conservadora que despreza as culturas populares, hierarquiza saberes e perpetua currículos abstratos e monoculturais. Desenvolvi o estudo tendo por alicerce a compreensão de que as culturas populares exigem uma racionalidade complexa, alargada, plural, livre de dogmas e que se proponha a ir além de binarismos e essencialismos em suas análises. Foram base deste estudo de caso colaborativo desenvolvido na Escola Municipal Senhor do Bonfim/Buri, na cidade de Alagoinhas-BA, o diálogo com o cotidiano, a dialogia e a aproximação entre pesquisa e prática pedagógica. Utilizei como técnicas de colheita de “dados” a análise documental, as entrevistas, a observação, as conversas informais na convivência com as pessoas, a produção de um vídeo documentário amador com as crianças da escola e descrevi, analisei e discuti os dados com base no paradigma indiciário e na análise bakhtiniana da linguagem. Pude notar que a escola pesquisada perpetua as fragmentações e distanciamentos entre saberes e entre escola e vida. Porém, há transgressões que se colocam no cotidiano quando a escola encontra na comunidade, que a construiu com as próprias mãos, o uso como espaço de convivência social. As transgressões aparecem, também, nos momentos em que há espaço-tempo para a fruição do corpo e para dançar, tocar e cantar o samba de roda. Assim, outros modos de ensinar e aprender se colocam no espaço-tempo da escola e emerge a possibilidade de entrever caminhos para ampliar experiências e saberes, bem como de descanonizar suas formas fixas e imobilizantes. Uma experiência provocativa foi desenvolvida no caminhar da pesquisa e ela se fez formativa para docente, pesquisadora e estudantes, mostrando que a sensibilização docente, a convergência com os princípios da mídia-educação, e o diálogo com a comunidade e com os estudantes se fazem férteis trilhas para a articular e contextualizar as culturas populares no âmbito da educação formal. Além disso, tal experiência me faz refletir que as formas de socialização das culturas populares apresentam-se como referências para repensar os currículos e práticas pedagógicas, possibilitando efetivar o que chamei, com fundamento bakhtiniano, de carnavalização da escola. Considero, em tal olhar, o trânsito em “mão dupla” entre currículos, práticas pedagógicas e culturas populares, tornando a crise e a morte da escola prenhes de ressignificação, de transformação e de renovação. |