Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2006 |
Autor(a) principal: |
Matos, Mariangela Silva de |
Orientador(a): |
Tenório, Robinson Moreira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Programa de Pós-Graduação em Educação da UFBA
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/10459
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Resumo: |
Tradicionalmente a formação profissional em Odontologia é norteada pelos pressupostos dos relatórios Flexner e Gies, os quais trazem como referência o mecanicismo, o biologismo, a especialização precoce, a tecnificação do ato odontológico e a ênfase na odontologia curativa e na assistência individual. Contrapondo-se a esse modelo, a proposta, hoje, é que se formem profissionais que dêem conta de acompanhar a complexidade da conjuntura atual do mercado de trabalho, das diretrizes das políticas públicas de saúde e da evolução dos conhecimentos científicos acerca do processo saúde-doença. Com essa perspectiva, as Diretrizes Curriculares Nacionais propõem a formação de um profissional com perfil generalista, que compreenda os determinantes sociais, culturais, comportamentais, psicológicos, ecológicos, éticos e legais; nos níveis individual e coletivo do processo saúde-doença, que possua uma sólida formação técnico-científica e ético-humanística, que sejam críticos e reflexivos, sendo capazes de trabalhar em equipes multiprofissionais e de dar respostas às necessidades sociais no âmbito da profissão. A partir dessas referencias, a dimensão ético-humanística da formação tem sido amplamente enfatizada nas políticas públicas de saúde e expressas, destacadamente, na Política Nacional de humanização cujo eixo norteador é a humanização da atenção no âmbito do Sistema Único de Saúde. Uma das orientações básicas dessa política é influenciar o aparelho formador de profissionais de saúde a reconhecer a importância das práticas humanizadoras. Nesse sentido, foi meu objetivo conhecer e analisar o perfil profissional de graduandos de dois cursos de Odontologia da Bahia, um público e um privado, buscando, destacadamente, caracterizar a dimensão ético-humanística na formação. Com essa perspectiva, foram empregadas quatro técnicas de coleta de dados: análise documental do Projeto Pedagógico dos cursos; aplicação de questionário para os alunos; entrevistas não-diretivas com professores e usuários dos serviços odontológicos oferecidos pelos cursos; e observação participante nos ambulatórios. A técnica empregada para a análise dos dados foi, destacadamente, a análise de conteúdo, usando como método de análise as abordagens quantitativa e qualitativa. Os resultados demonstram que os alunos, em sua maioria, são do sexo feminino, escolheram a profissão porque gostam da área de saúde e reconhecem as dificuldades do mercado de trabalho, elegendo o aperfeiçoamento técnicocientífico como principal mecanismo concorrencial. Mais da metade deles exerce algum tipo de atividade externa ao curso e a maioria tem afinidade com disciplinas e temas da área clínica, com um nível baixo de interesse pelas disciplinas das áreas de Ciências Humanas e Saúde Bucal Coletiva. Os Projetos Pedagógicos dos cursos explicitam a intenção de formar profissionais com referenciais ético-humanísticos consistentes e, do mesmo modo, alunos, professores e usuários têm a percepção de que essa dimensão vem sendo trabalhada nos cursos. Entretanto, o confronto carente de reflexões e mudanças, e de um esforço para diminuir a distância entre o instituído e o instituinte. Assim, a formação profissional em Odontologia nos cursos analisados parece experimentar uma transição da histórica hegemonia da tecnociência para a busca do equilíbrio entre as dimensões técnicas e ético-humanísticas, compreendidas como imprescindíveis para a caracterização de um perfil profissional competente. |