Formação do professor: um estudo da contribuição do pensamento de Hans Jonas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Anjos, Marineuza Matos dos
Orientador(a): Chagas, Eduardo Oliveira
Banca de defesa: Chagas, Eduardo Oliveira, Galeffi, Dante Augusto, Sitja, Liege Maria, Carneiro, Ivana Libertadoira Borges, Santos, Wilson Nascimento, Ribeiro, Núbia Moura
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Doutorado Multi-institucional e Multidisciplinar em Difusão do Conhecimento
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31766
Resumo: O agir humano regido por uma ética normativa, orientada pelo imperativo categórico kantiano — “aja de modo que o princípio de sua ação se torne universal” — é objeto de análise na perspectiva da filosofia fenomenológica existencial, por derivar da pura razão e desconsiderar a experiência ontológica do ser. Por outro lado, afastando-se da ética normativa, Hans Jonas propõe um novo agir humano pautado no princípio da responsabilidade. A ação humana é desafiada pela escala planetária das questões que emergem daquela que se convencionou designar como a “nova civilização tecnológica”. Para Jonas, a atual natureza do agir exige outra ética, de ampla abrangência, proporcional ao poder emanado das tecnologias emergentes. Nessa lógica, o filósofo propõe um novo imperativo: “aja de tal maneira que os efeitos de sua ação sejam compatíveis com a permanência de uma vida humana autêntica”. Acompanhando as implicações dessa máxima, pensar a formação de professores, a complexidade que envolve os processos de ensino e aprendizagem, a partir de um escopo de matiz multirreferencial e transdisciplinar, requer o aprimoramento do aporte teórico que serve de fundamento - científico, tecnológico, ético – à construção do conhecimento. Esta pesquisa discutiu a formação a partir da contribuição da ética da responsabilidade de Jonas, analisou a relação entre a ética da responsabilidade e a formação de professores na perspectiva dos documentos oficiais; investigou os pressupostos ético-normativos da formação de professores de Ciências Naturais; relacionou os princípios éticos encontrados nos documentos oficiais com a ética da responsabilidade, discutindo os conceitos de ética e responsabilidade como elementos constitutivos da formação do indivíduo, como sujeito múltiplo e complexo e identificou o potencial e os limites de aplicação do paradigma da responsabilidade para a formação de professores. Propôs o “Princípio do Agir Docente” como princípio educativo a ser fundamentado na Filosofia de Jonas. Trata-se de uma investigação qualitativa, tomou como foco de análise a Teoria da Responsabilidade e como chave interpretativa, o seu pensamento fenomenológico para analisar os documentos oficiais que orientam a formação docente. Ao responder ao problema da pesquisa, foi possível trazer à discussão conceitos como “O cuidar”, “O responsabilizar-se”, “O agir” entrelaçando-os à heurística do cuidado e à heurística da responsabilidade, possibilitando assim, um eixo aglutinador entre os campos da formação e o da Filosofia articulando o Princípio de Responsabilidade e a Formação. Assim, contempla-se a necessidade de uma abordagem de matiz multirreferencial e transdisciplinar para a formação. A ética da responsabilidade de Jonas tem potencial para contribuir com as bases didáticas da formação docente. Importa resgatar o ideal de cidadania, comprometido em formar indivíduos éticos, críticos, preocupados com o ambiente e o desenvolvimento sustentável, capazes de intervir no seu entorno com responsabilidade e, garantir a sua integridade, a das outras espécies e de toda a biosfera. A ética da responsabilidade contribui para uma discussão que ultrapassa as fronteiras das transformações oriundas das relações sociais, alcançando questões que se ocupam da preservação da essência humana. Trata-se, portanto, de um redimensionamento das fronteiras entre (a produção e a difusão de) o conhecimento e a formação de professores.