AVALIAÇÃO RADIOMORFOMÉTRICA DE PESSOAS COM DESORDENS PSIQUIÁTRICAS: UM ESTUDO POR EXAME DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Rezende, Renata Portela lattes
Orientador(a): Ribeiro, Patricia Miranda Leite lattes
Banca de defesa: Ribeiro, Patricia Miranda Leite, Campos, Paulo Sergio Flores, Sarmento, Viviane Almeida, Gonzalez, Thais Feitosa Leitão de Oliveira, Bullen , Izabel Regina Fischer Rubira
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Processos Interativos dos Órgãos e Sistemas (PPGORGSISTEM) 
Departamento: Instituto de Ciências da Saúde - ICS
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36659
Resumo: Introdução: Os transtornos psiquiátricos têm sido associados à diminuição da densidade mineral óssea. Essa associação ocorre devido à utilização de medicamentos e/ou ao estilo de vida e sua relação com a psicopatologia. Os exames de imagem na odontologia, como tomografias computadorizadas, têm sido utilizados como preditores dessa diminuição. Objetivo: Avaliar a qualidade óssea de indivíduos com doenças psiquiátricas, por meio de índices radiomorfométricos obtidos de imagens tomográficas. Método: Selecionaram-se tomografias computadorizadas de face e/ou de mandíbula de indivíduos com transtornos psiquiátricos, em situação de tratamento em um hospital universitário, no período de 2010 a 2022, os quais constituíram o grupo teste; e por tomografia computadorizadas de face e/ou de mandíbula de pessoas sem transtornos psiquiátricos, pareadas por sexo e idade (±3 anos), que constituíram o grupo controle. Todas as análises foram realizadas no Programa DentalSlice®, sendo confeccionada a curva panorâmica de forma padronizada e localizada a região do forame mentual. Analisaram-se cinco diferentes índices tomográficos mandibulares: Índice Mentual Tomográfico (IMTC), Índice Mandibular Tomográfico Inferior (ITC-I), Índice Mandibular Tomográfico Superior (ITC-S) e o Índice de Reabsorção Alveolar Mandibular (IROAM), sendo medidos bilateralmente e obtida a média. Para avaliação qualitativa da cortical mandibular, utilizou-se o Índice Cortical Tomográfico (ICTC). A avaliação foi realizada por um único examinador devidamente treinado que realizou todas as medições. Realizaram-se análises descritivas e exploratórias de todos os dados. A confirmação do pareamento entre os grupos teste e controle foi realizada pelo teste t de Student para a idade, teste Exato de Fisher para faixa de idade e teste Qui-quadrado para sexo e número de dentes. As comparações entre os grupos teste e controle quanto ao IMTC, ITC e IROAM foram realizadas por modelos lineares generalizados. As análises de associação entre o ICTC e os grupos foram realizadas pelo teste Exato de Fisher. Todas as análises foram realizadas no programa R Core Team (R Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria, 2022), com nível de significância de 5%. Resultados: Avaliaram-se 67 tomografias no grupo teste e 56 no grupo controle. Dos pacientes com desordens psiquiátricas, 76,1% utilizavam antipsicótico, 40,3% utilizavam antidepressivo e 23,9% utilizavam lítio. Indivíduos com desordens psiquiátricas apresentaram menores valores de IMTC e ITC (I) do que os pacientes sem desordens psiquiátricas (p<0,05). Houve uma menor porcentagem de indivíduos na categoria C1 do ICTC, entre os pacientes do grupo com desordens psiquiátricas (16,4%) em relação aogrupo controle (44,6%), p<0,05. Quanto ao uso de medicamentos psicotrópicos, o ITC (S) e o ITC (I) foram significativamente maiores entre os que utilizam antipsicóticos (p<0,05), enquanto que nos indivíduos que utilizavam antidepressivos o ITC (S) e o ITC (I) foram significativamente menores (p<0,05). Em relação ao ICTC, só houve casos da categoria C1 entre os que utilizam antipsicótico (p<0,05). Conclusões: Observou-se que indivíduos com desordens psiquiátricas apresentaram menores valores do IMTC e piores categorias para o ICTC, o que demonstra que eles tendam a ter uma menor densidade mineral óssea e corticais mais finas e porosas, mesmo com idade menos avançada.