Uma análise do Observatório da Educação Matemática da Bahia à luz da teoria social da aprendizagem e da teoria dos códigos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Lilian Aragão da
Orientador(a): Oliveira, Andréia Maria Pereira de
Banca de defesa: Almeida, Rosileia Oliveira de, Pinheiro, Bárbara Carine Soares, Cyrino, Márcia Cristina de Costa Trindade, Grando, Regina Célia
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Física
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/25202
Resumo: A presente pesquisa tem como objetivo geral investigar a comunidade denominada de Observatório da Educação Matemática (OEM-BA). Essa comunidade é formada por pesquisadores e/ou formadores, futuros professores e professores que ensinam matemática, os quais se reúnem, periodicamente, a fim de elaborar materiais curriculares educativos sobre matemática que apoiem a aprendizagem de professores e estudantes da Educação Básica. Para alcançar o objetivo geral, organizamos os seguintes objetivos específicos: Descrever a trajetória do OEM-BA e analisar em que medida o mesmo se configura como uma Comunidade de Prática (CoP); Analisar as relações de poder na negociação de significados na comunidade OEM-BA; Identificar e analisar a construção das identidades dos membros que participam do OEM-BA; Analisar as oportunidades de aprendizagem viabilizadas pela comunidade OEM-BA. Tendo em vista esses objetivos, esta pesquisa segue uma abordagem qualitativa, cujos dados foram produzidos por meio de observações, entrevistas e documentos. Nesta pesquisa, analisamos os dados a partir de conceitos e termos da teoria de Etienne Wenger e da teoria de Basil Bernstein. Os resultados indicam que o OEM-BA apresentava, inicialmente, algumas características que se aproximavam de uma CoP e outras que se distanciavam. Ao longo de sua trajetória, o OEM-BA efetivamente configurou-se como uma CoP, à medida que foram oportunizadas a ampliação e negociação da prática social e dos empreendimentos na interação constante entre os partícipes. Além disso, analisamos relações de poder na negociação de significados entre os discursos acadêmicos e os não acadêmicos, bem como entre os discursos intradisciplinar e interdisciplinar. Tais discursos foram identificados quando os membros negociaram significados relativos ao ensino e à aprendizagem de operações com números inteiros e de grandezas direta e inversamente proporcionais. Esses resultados deram visibilidade a variações nos princípios e nas hierarquias subjacentes no encontro entre acadêmicos e escolares. Em relação às identidades, encontramos que a construção identitária se deu por meio de negociações e mudanças nas trajetórias de participação dos membros. A análise dos dados sugere que as identidades construídas conduzem a formas de afiliações diferentes, as quais foram categorizadas da seguinte maneira: identidade como multiafiliação, identidade como imaginação e identidade como engajamento ou compromisso mútuo. Por fim, analisamos várias oportunidades de aprendizagem que foram viabilizadas para os membros na CoP OEM-BA, seja como consequência das características da comunidade, da prática social, das relações sociais e das experiências, quer seja como fonte de identidades e mudanças nas formas de participação. Ao apontar que essas oportunidades permitiram que os membros se tornassem protagonistas dessa CoP, reconhecemos que tais resultados podem estimular a reflexão e gerar implicações para pesquisas, espaços formativos e políticas públicas que tematizam ou buscam alternativas para propiciar o encontro entre acadêmicos e escolares.