Desenvolvimento de bioprocesso para produção de composto orgânico a partir da degradação acelerada de resíduos de poda de árvores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Vieira, Mauro Regis
Orientador(a): Almeida, Paulo Fernando de
Banca de defesa: Carioca, José Osvaldo Bezerra, Chinalia, Fabio Alexandre, Moura, José Carlos de Andrade, Nacimento, Roberto José Mayer, Nunes, José Ferreira
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Ciências da Saúde
Departamento de Biointeração
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da Renorbio -(Rede Nordeste de Biotecnologia)
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/29529
Resumo: O crescimento da população mundial e da urbanização é resultado dos avanços tecnológicos associados à comodidade e oportunidade de emprego e renda nas capitais. Uma das consequências negativas vinculada ao aumento populacional urbano é a grande quantidade diária de resíduos gerados. Dentre os grandes geradores de volume de passivos ambientais e diminuição da vida útil dos aterros sanitários encontra-se a poda de árvore ou lixo verde , prática comum em grandes municípios e empresas do setor de distribuição elétrica. A poda de árvores é coletada diariamente, enviada para os aterros sanitários ou lixões a céu aberto, armazenada temporariamente por período de até 15 dias e depois é queimada. Uma forma simples e eficiente de reciclagem de resíduos orgânicos é a compostagem, a qual pode ser produzida de forma tradicional, através de leiras de resíduos orgânicos levando em torno de 120 dias para a obtenção do composto final ou pode ser acelerada através da aplicação de micro-organismos específicos para cada tipo de resíduo a ser trabalhado levando entre 05 a 20 dias para sua total humificação, a compostagem biotecnológica. A qualidade final do composto orgânico biotecnológico produzido na unidade piloto instalada na Universidade Estadual do Ceará (UECE) no Campus do Itaperi, Fortaleza/Ceará, a partir de resíduos de poda de árvores foi comparada com os parâmetros impostos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O processo de produção iniciou-se com o recebimento do resíduo de poda das árvores, o qual passou por uma triagem e separação dos ramos viáveis (diâmetro de até ½ polegada) e inviáveis ao processo produtivo. Após o ajuste no teor de umidade foi feita uma correção nutricional da biomassa com minerais à base de cálcio e fósforo. Em seguida foi aplicado o coquetel de micro-organismos e o material foi colocado em células de maturação. Os resultados das análises do composto orgânico apresentaram concentrações de macronutrientes e micronutrientes consideradas satisfatórias, sendo considerado um material de alta qualidade para o uso na agricultura além de apresentar percentagem de matéria orgânica, relação C/N e pH dentro dos limites exigidos pela legislação vigente. Aplicações de nitrogênio sintético melhoraram a qualidade do adubo produzido incrementando seus níveis de N (46,20%), P (72,41%), K (18,82%), reduzindo o percentual de carbono orgânico (31,65%) e os teores de ferro em 27,60%. Os micronutrientes permaneceram em teores adequados. As técnicas de PCR e correlações de fixação e solubilização de macronutrientes serviram para avaliar a comunidade microbiana no processo de compostagem de poda de árvores. Foi obtido sucesso com a PCR na amplificação do DNA dos micro-organismos indicando a presença de Eubacteria e Archaea. Valores de temperatura de até 98ºC indicaram o desenvolvimento de micro-organismos hiper-termófilos. A patente depositada apresentou um bioprocesso rápido e alternativo para a destinação final dos resíduos de poda de árvores produzindo um composto orgânico de alta qualidade, ambientalmente correto, economicamente rentável e socialmente responsável.