Qualidade de vida no trabalho, entrincheiramento organizacional e comprometimento no serviço público: estudos transversais e longitudinais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Passos, Maria D’Ajuda Costa lattes
Orientador(a): Rowe, Diva Ester Okazaki lattes
Banca de defesa: Rowe, Diva Ester Okazaki lattes, Bastos, Antônio Virgilio Bittencourt lattes, Costa, Vânia Medianeira Flores lattes, Paiva, Kely César Martins de lattes, Montenegro, Adauto de Vasconcelos lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Núcleo de Pós-Graduação em Administração (NPGA)
Departamento: Escola de Administração
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/41517
Resumo: A qualidade de vida no trabalho tem sido uma estratégia interessante dentro do campo da gestão de pessoas, inclusive no serviço público brasileiro, embora ainda de maneira incipiente. Da mesma forma, os vínculos organizacionais se constituem em um determinante importante para resultados nas organizações. Portanto, compreender a relação entre esses três constructos implica também em compreender seus antecedentes, fatores que o geram. Pesquisas apontam que a qualidade de vida no trabalho possui influência positiva sobre o comprometimento organizacional, mas não há aspectos esclarecendo essa influência sobre o entrincheiramento. Além disso, constitui-se uma lacuna ainda mais significativa o pouco número de estudos longitudinais tratando do comprometimento organizacional e ausência desse tipo de estudo quanto aos demais constructos isoladamente ou a partir das relações possíveis entre os três. São muitas as razões pelas quais as pessoas se vinculam às organizações. Por isso, o investimento em estudos e práticas que favoreçam as organizações a ter e manter uma força de trabalho comprometida e com boa produtividade se fazem necessários. E, uma forma de auxiliar nisso, é identificando como as práticas de gestão que são percebidas de forma positiva, através da qualidade de vida no trabalho, podem influir sobre o vínculo e qual a natureza ou tipo de vínculo. Para melhor compreender a dinâmica das relações entre qualidade de vida no trabalho, entrincheiramento organizacional e comprometimento organizacional determinou-se como objetivo desta pesquisa investigar, em uma perspectiva longitudinal, a influência da qualidade de vida no trabalho sobre o comprometimento organizacional e o entrincheiramento organizacional, especificamente no contexto do serviço público federal. O serviço público foi delimitado devido a estudos que indicam incipiência quanto a aplicabilidade de constructos como os estudados na realidade prática, muito em virtude da importação de modelos de gestão construídos na área privada. Além de uma abordagem longitudinal, esse estudo optou por uma abordagem centrada na pessoa, fugindo ao usual no campo, onde a grande maioria das pesquisas investem em análises centradas nas variáveis. Assim, o foco no movimento dos subgrupos formados trouxe novas perspectivas de análise, ampliando as contribuições deste estudo. Em face destas lacunas, a presente tese realizou uma pesquisa quantitativa de abordagem longitudinal junto aos servidores docentes e técnicos- administrativos de instituições federais públicas de ensino do nordeste brasileiro. Foram realizadas três coleta de dados com intervalo de seis meses entre cada uma, através de um questionário on-line, contendo escalas de avaliação dos constructos validadas em território nacional e mais os dados sociodemográficos. Foram utilizadas múltiplas técnicas estatísticas e os resultados foram apresentados por meio de três artigos. O primeiro artigo, transversal, buscou descrever os níveis de cada vínculo e da qualidade de vida no trabalho entre os servidores, e analisar a influência da qualidade de vida no trabalho sobre os vínculos. Os resultados indicaram servidores comprometidos, pouco entrincheirados e com bons níveis de qualidade de vida no trabalho. Foi encontrada influência positiva da qualidade de vida no trabalho sobre o comprometimento, mas tanto pode influenciar um quanto outro vínculo, sugerindo a importância de outros aspectos como mediadores dessa relação. O segundo artigo realizou uma análise do entrincheiramento ao longo do tempo e seu resultado indicou que o entrincheiramento é um vínculo estável. O terceiro e último artigo responde a objetivo principal da pesquisa e os resultados identificaram influência positiva da qualidade de vida no trabalho sobre o comprometimento ao longo do tempo e que quanto maior a percepção de desenvolvimento e utilização das capacidades no trabalho, menor o entrincheiramento. No geral, os resultados longitudinais quanto a influência da qualidade de vida no trabalho sobre o comprometimento confere reforço aos estudos transversais e confirmaram os argumentos de pesquisadores de que o investimento em qualidade de vida no trabalho pode ser um bom investimento para promover o comprometimento organizacional. Quanto ao entrincheiramento, a influência se mostrou mais variável e menos direta ao longo do tempo, com fatores externos e internos intervenientes nessa relação de influência.