Martiniano Eliseu do Bomfim: um intelectual afro-baiano da diáspora e suas interações

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Oliveira, Janine Neves de lattes
Orientador(a): Alves, Paulo César Borges
Banca de defesa: Alves, Paulo César Borges, Sepúlveda, Cecília de Alencar Serra e, Velame, Fábio Macêdo, Lima, Fábio Batista, Rossi, Luiz Gustavo Freitas
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais (PPGCS) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39546
Resumo: Esta pesquisa em fontes documentais tem como objetivo investigar as trajetórias social e intelectual de Martiniano Eliseu do Bomfim, um intelectual negro da diáspora afro-baiana, com a finalidade de averiguar suas interações com intelectuais “tradicionais” ao longo do tempo. O enfoque principal é compreender como Martiniano foi "apropriado" por esses intelectuais e como ele se posicionava nessas interações, analisando as dinâmicas relacionais entre diferentes atores sociais. Para isso, adota-se uma abordagem etno-histórica, apoiada em fontes primárias e secundárias, como depoimentos, entrevistas, livros, artigos acadêmicos e jornalísticos. Utiliza-se as categorias de agenciamento, múltiplas identidades e inspira-se nos Estudos Culturais. Além disso, explora-se os contextos históricos e sociais em que esses intercâmbios ocorreram. Ao final desta pesquisa, conclui-se as complexas inter-relações entre o intelectual afrodescendente Martiniano Eliseu do Bomfim e os intelectuais tradicionais. A contextualização histórica revelou que Martiniano viveu em uma época em que os intelectuais eram influenciados e limitados por visões de mundo ditadas pelos paradigmas vigentes. No entanto, à medida que críticas em relação ao elitismo acadêmico surgiram, a análise das relações de troca pôde ser revista sob uma nova perspectiva, valorizando o protagonismo de atores que não pertenciam aos grupos privilegiados, tanto simbólica quanto economicamente, que detinham o poder no campo científico do país. Compreender o pensamento de Martiniano exigiu uma "apropriação" analítica própria, recorrendo a abordagens teórico-metodológicas que permitiram operacionalizar conceitos como agenciamento, rompendo com reducionismos e reconhecendo a existência de múltiplas identidades. Nesse sentido, pode-se entender Martiniano como alguém que enfrentava dilemas e contradições em sua conformação das identidades nacional e negra. Espera-se que este estudo possa contribuir para a ampliação do conhecimento sobre a diáspora negra afro-baiana e seu papel na construção da intelectualidade e cultura brasileiras.