Autopoiesis do corpoema: a vida como obra de arte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Mello, Ivan Maia de
Orientador(a): Galeffi, Dante Augusto
Banca de defesa: Burnham, Teresinha Fróes, Santos, José Henrique de Freitas, Costa, Suzane Lima, Salviano, Jarlee Oliveira Silva, Viana Neto, Joaquim Antonio Rodrigues
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Educação
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pesquisa e Pós-Graduação em Educação
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/18424
Resumo: A tese aborda a questão da auto-educação a partir da perspectiva de Friedrich Nietzsche e outros pensadores, que o tomaram como referência para pensar filosoficamente possibilidades de uma aprendizagem voltada para fazer da vida uma obra de arte. A questão problematizada é como esta aprendizagem pode ocorrer de modo cada vez mais autônomo configurando uma arte de viver direcionada para a poetização da existência. A auto-educação é pensada como parte de uma autopoiesis, um processo de subjetivação mais abrangente quanto aos aspectos da existência em que a aprendizagem é experimentada no sentido proposto por Nietzsche para fazer da vida uma obra de arte, tornando-se poeta da própria existência e tomando o corpo como fio condutor desse processo. A perspectiva de Nietzsche é considerada juntamente com algumas outras que se apropriaram dela para formularem suas próprias concepções, tais como, principalmente: Oswald de Andrade, pela Antropofagia como visão de mundo voltada para a apropriação seletiva da alteridade subjetiva; Martin Heidegger, pela hermenêutica do acontecimento apropriativo na criação poética; Michel Foucault, pela genealogia dos processos de subjetivação, abrangendo desde a antiguidade greco-romana até a contemporaneidade, que o permitiu formular a questão da estética da existência; Gilles Deleuze e Felix Guattari, pela cartografia da autopoiesis como processo de subjetivação singularizante, modulado por paradigmas estéticos apropriados; e Dante Galeffi, pela proposta poemático-pedagógica de uma educação transdisciplinar para o fazer inventivo do ser-sendo, que configura a vita poemática. Essas e outras perspectivas foram usadas para elaborar a proposta de uma educação autopoiética do corpo criador que Nietzsche indicou como o ser próprio, e foi denominado nesta tese de corpoema. A educação autopoiética do corpoema é pensada ao longo da experimentação da autopoiesis em alguns campos da existência, nos quais se constitui a estética da existência corpoética: os campos de experimentação da habitação do espaço de vida, da dinâmica corporal dos impulsos, das relações de poder, das valorações afetivas, das linguagens de expressão e da compreensão dos sentidos do viver. Em cada um desses campos, são consideradas tendências vitais a serem apropriadas e dificuldades a serem superadas para a composição de um estilo singular na arte de viver corpoética, voltada para a poetização do corpo e incorporação da poesia. Assim, quanto à experiência da habitação, as tendências voltadas para o local e o global; quanto à corporeidade, as tendências dos impulsos eróticos e fraternos; quanto às relações de poder, as tendências para a emancipação e para a solidariedade; quanto à afetividade, as tendências para a dignidade ética e para a intensidade passional; quanto à expressividade, as tendências para a linguagem figurada e para o discurso conceitual; quanto à experiência da compreensão, as tendências para o aprofundamento e para a abrangência. A autopoiesis do corpoema é, portanto, apresentada transversalmente numa cartografia genealógica do processo de subjetivação constituído por essas experimentações, guiadas pelas perspectivas consideradas, no sentido de configurar um estilo corpoéticopara essa estética da existência autopoiética.