Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Alves, Moíra Sousa |
Orientador(a): |
Lima, Uallace Moreira |
Banca de defesa: |
Jesus Júnior, Leonardo Bispo de,
Almeida, Lucas Milanez de Lima |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Faculdade de Economia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Economia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/30385
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Resumo: |
O trabalho tem como objetivo principal apresentar as oportunidades, impactos e desafios que a Indústria 4.0 traz para a indústria automobilística global e brasileira. Parte-se do fato de que a crescente digitalização e conectividade da economia e da sociedade está transformando a indústria, especialmente a automobilística que tem sido referencial de aplicação dos conceitos de Indústria 4.0 no mundo e no Brasil. A Indústria 4.0 representa a evolução da indústria para sistemas ciberfísicos, nos quais existe a conexão do meio físico ao digital, permitindo a melhor colaboração e acesso entre toda a cadeia produtiva. O poder de processamento de grandes quantidades de dados gerados por equipamentos e sensores ligados à rede é um elemento-chave dessa indústria e tem criado, juntamente com um conjunto de tecnologias e soluções, cadeias de valor inteligentes e novas oportunidades de negócio para a indústria automobilística. Entender quais são as implicações das novas tendências tecnológicas da indústria 4.0 e as tendências disruptivas do setor, possibilita compreender a nova trajetória de desenvolvimento econômico e social a ser alcançada pelas empresas dos mais variados países, assim como seu novo patamar de competitividade. Isso porque a indústria automobilística é uma das mais globalizadas e competitivas do mundo, sempre à frente na implantação de processos inovadores, um dos principais impulsionadores do crescimento macroeconômico e do avanço tecnológico em países desenvolvidos e em desenvolvimento. Diante desse cenário, a problemática principal desta dissertação é identificar a atual condição da indústria automobilística brasileira e discutir quais são seus principais desafios para a sua inserção no padrão tecnológico da indústria 4.0. A hipótese principal defendida nesta dissertação é que no período recente as mudanças da indústria 4.0 evidenciam a dependência tecnológica forte das montadoras instaladas no país em relação às suas matrizes, as quais não estimulam suficientemente investimentos em pesquisa e desenvolvimento local em áreas estratégicas, afetando negativamente sua competitividade nacional e dificultando sua inserção nos mercados globais. Por outro lado, em relação ao setor de autopeças, identifica-se que no período recente houve um amplo processo de desnacionalização do setor, fato este que também propicia um ambiente onde as principais decisões sobre investimento se concentram nos países de origem dessas empresas. Portanto, muitas das dificuldades e obstáculos enfrentados pelas montadoras e empresas de autopeças nesse novo cenário disruptivo estão relacionados ao desenvolvimento tecnológico frágil, a educação precária, a infraestrutura deficiente, como também a baixa cultura inovativa e digital de muitas das empresas brasileiras. Sendo assim, o trabalho salienta a importância da atuação do Estado brasileiro na promoção de políticas e incentivos que alterem a estrutura econômica e produtiva do país, impulsionando investimentos em tecnologia, ciência e inovação (os instrumentos de política industrial de viés neo-schumpeteriano vão nessa direção), conduzindo o país a um desenvolvimento tecnológico e competitivo inclusivo que não aumente ainda mais as desigualdades com relação a outros países Uma das estratégias possíveis é implementar políticas que estimulem a indústria automobilística – montadoras e autopeças – a terem uma inserção externa mais competitiva, ampliando a participação das exportações como destino da produção e reduzindo a forte dependência em relação ao mercado interno. Isso exigiria dessas empresas maior nível de competitividade para se inserirem em novos mercados, colocando como imperativo para essas empresas a necessidade de ampliarem seus investimentos no país, em particular no desenvolvimento das tecnologias da indústria 4.0, direcionando recursos para a construção de centros de P&D e C&T no Brasil e internalizando mais suas decisões e produção de produtos mais intensivos em tecnologia. |