Reflexões sobre o serviço social na saúde mental: produção do conhecimento, trabalho profissional e desafios contemporâneos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Oliveira, Laila Martins de lattes
Orientador(a): Bastos, Cristiana Mercuri de Almeida lattes
Banca de defesa: Férriz, Adriana Freire Pereira lattes, Nascimento, Eliana Brito lattes, Bastos, Cristiana Mercuri de Almeida
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Serviço Social
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/34760
Resumo: Este estudo tem como objetivo apresentar um panorama sobre o trabalho de assistentes sociais na área de Saúde Mental, com base na concepção teórico-metodológica de Marilda Iamamoto e tomando como referência a análise da produção do Serviço Social brasileiro entre os anos de 2010 e 2021 sobre o tema. Inicialmente, optou-se por explicitar as principais concepções sobre a saúde mental, para em seguida apresentar a trajetória histórica da legislação e, neste bojo, ressaltar os retrocessos atuais enfrentados no campo da Saúde Mental no país, ou a “contrarreforma” que contrapõe-se às conquistas advindas do processo de Reforma Psiquiátrica. Dando prosseguimento, retomou-se o processo histórico da inserção do Serviço Social no campo da Saúde Mental, bem como, buscou-se sistematizar alguns dos elementos centrais das condições de vida dos usuários da Política de Saúde Mental no Brasil, sistematizando as principais manifestações da questão social presentes neste campo, além das atividades profissionais desempenhadas pelo assistente social na área, e os desafios atuais para a profissão. Integrando o referido panorama, foram realizados levantamentos bibliográficos na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações e nas revistas acadêmico-científicas do Serviço Social, para a análise da produção sobre o debate relativo ao trabalho de assistentes sociais na saúde mental. O percurso metodológico incluiu além do levantamento bibliográfico a pesquisa documental. O método de análise para o estudo é o crítico-dialético, amparado pela abordagem quanti-qualitativa. Os resultados apontam que o progresso de uma política social não é linear, assim passando por nuances ora de avanços ora de desmontes, portanto, as conquistas alcançadas através da Reforma Psiquiátrica devem ser preservadas, reconhecendo que a continuação ou estagnação destes princípios são objetos de disputas de interesses por diferentes projetos societários. No tocante ao Serviço Social na Saúde Mental, conclui-se que o Movimento de Reforma Psiquiátrica e o Movimento de Reconceituação do Serviço Social ocorreram em contextos próximos, e, trouxeram inúmeros avanços para ambos os setores. Sobre o trabalho de assistentes sociais na Saúde Mental, a literatura expressa que se iniciou com características psicologizantes, hierarquizada entre as profissões inerentes aos saberes “psi”, e a sua legitimidade e seu reconhecimento, enquanto conhecimento técnico no diálogo interdisciplinar, estão sendo conquistados gradativamente. São inúmeros os desafios para a profissão neste campo, perpassando pelo cenário de globalização e reestruturação produtiva, aos limites institucionais diariamente vivenciados. Conclui-se que este é um tema insuficientemente discutido e o seu debate se faz necessário não só para o acervo científico do Serviço Social, mas também para pensar o trabalho em rede de forma articulada e descentralizada, valorizando as potencialidades específicas a cada saber.