Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Souza, Caren Queiroz
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Orientador(a): |
Viana, Blandina Felipe
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Banca de defesa: |
Viana, Blandina Felipe,
Silva, Bruno Vilela de Moraes e,
Lemos, Maria Carmen,
Koffler, Sheina,
Ravena, Nirvia |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ecologia:TAV(antigo Programa de Pós em Ecologia e Biomonitoramento)
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Departamento: |
Instituto de Biologia
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39503
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Resumo: |
O declínio de insetos polinizadores e dos serviços ecossistêmicos associados é um problema que afeta diretamente a manutenção dos sistemas e processos socioecológicos, desde a dinâmica das comunidades biológicas até a produção e a qualidade de alimentos para a humanidade. Ameaças aos polinizadores já estão documentadas na literatura, embora com lacunas sobre o tamanho do impacto em diferentes escalas espaço-temporais. Dentre essas ameaças estão a perda de habitat – principalmente devido à expansão e intensificação da agricultura – o uso de pesticidas, as mudanças climáticas e as espécies invasoras. Algumas soluções visando proteger e aumentar as populações de insetos polinizadores frente a tais ameaças, bem como, manter a riqueza de suas comunidades, já foram estabelecidas. No entanto, o desenvolvimento e a efetivação dessas soluções são extremamente complexas e dependem de vários fatores que vão do aporte de dados para gerar evidências ecológicas sobre o status dos polinizadores ao engajamento das pessoas em ações pro-polinizadores. No campo da Ecologia e da Biologia da Conservação, diversas abordagens são usadas com essa finalidade, no entanto, há um déficit de estudos que visam entender como aspectos sociopsicológicos afetam a aplicação e efetivação das soluções para engajamento das pessoas em tais ações. A presente tese visa, assim, investigar fatores sociopsicológicos relacionados à conservação dos polinizadores à luz de uma abordagem interdisciplinar envolvendo Ciências Humanas e Conservação (Conservation Social Science) abrangendo dois grandes temas: Ciência Cidadã e Agricultura. No primeiro capítulo defendo que a Ciência Cidadã é um modelo de co-produção que pode aumentar e acelerar a conservação de polinizadores em sistemas socioecológicos trazendo também benefícios para a ciência e indivíduos e apresento algumas evidências científicas que sustentam esta proposição. Posteriormente, no segundo capítulo, investiguei empiricamente as similaridades e diferenças nos pontos de vista de coordenadores de projetos de ciência cidadã focados em insetos polinizadores sobre a importância da ciência cidadã para conservação de polinizadores. Para tal, utilizei a Metodologia Q para realizar uma análise quali- quantitativa com coordenadores no Brasil e no Reino Unido. Encontrei que três pontos de vista descrevem as percepções dos coordenadores: (1) A ciência cidadã tem um duplo propósito, fornecendo resultados tanto científicos quanto de engajamento público; (2) A ciência cidadã pode ter limitações em sua abrangência; e (3) a ciência cidadã serve principalmente como uma ferramenta para o engajamento cidadão com resultados limitados. Esses pontos de vista diferem principalmente sobre o papel da ciência cidadã na conservação de polinizadores, especialmente em sua capacidade de gerar dados. No entanto, há consenso entre os pontos de vista quanto ao papel da ciência cidadã na promoção do engajamento público e na conscientização sobre polinizadores, promovendo conexões com a natureza e estimulando o interesse pela ciência dos polinizadores. Partindo então para o contexto da Agricultura, apresento, no terceiro capítulo, uma revisão narrativa da literatura para indicar o estado-da-arte sobre estudos que utilizam de variáveis e teorias da Psicologia com agricultores e os determinantes à conservação de polinizadores. No quarto e último capítulo, apresento um estudo empírico no qual utilizei a Teoria do Comportamento Planejado (TPB) para quantificar os determinantes psicológicos à intenção de plantar flores como recursos de pólen e néctar em áreas de cultivo utilizando um caso de agricultores do Reino Unido. Encontramos que as atitudes e percepção de controle do comportamento são determinantes às intenções dos agricultores, mas as normas sociais não. Baseado nesses resultados, apresento algumas recomendações para orientar ações de conservação em ambientes agrícolas que incentivem a intensificação ecológica da agricultura, considerando este um sistema socioecológico. Em suma, a presente tese apresenta evidências sobre variáveis sociopsicológicas que servem tanto para assegurar a execução de ações de conservação de polinizadores, já advertidas na Ecologia e Conservação, bem como para compreender e assegurar o bem-estar humano. |