Influência da 5 alfa- dihidrotestosterona sobre a resposta de macrófagos peritoneais murinos e monócitos humanos induzida por Staphylococcus aureus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Santos, Déborah Cruz dos lattes
Orientador(a): Marques, Lucas Miranda lattes
Banca de defesa: Marques, Lucas Miranda lattes, Soares, Telma de Jesus lattes, Campos, Guilherme Barreto lattes, Silva e Souza, Clarissa Leal lattes, Oliveira, Hellen Braga Martins lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa Multicêntrico de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas (PMPGCF) 
Departamento: Instituto Multidisciplinar em Saúde (IMS)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36265
Resumo: Introdução: As infecções por Staphylococcus aureus (S. aureus) apresentam uma taxa de morbidade e mortalidade elevada, considerado um grande problema para a saúde pública, sendo o sexo masculino mais acometido por essas infecções. Existem poucas informações na literatura sobre o papel da testosterona nas infecções causadas por S. aureus. Objetivo: Avaliar a influência da 5α-dihidrotestosterona (DHT) sobre a resposta de macrófagos peritoneais murinos (MPMs) e monócitos humanos do sangue periférico (hPMs) na resposta imunológica induzida por S. aureus. Metodologia: Foi realizado um modelo in vitro de MPMs oriundo de camundongos machos BALB/C, com cirurgia simulada (Shams), orquiectomizados (OQX) e das fêmeas e de hPMs de homens e mulheres jovens em idade fértil, saudáveis, com níveis de esteroides sexuais dentro da faixa de normalidade. As células foram inoculadas com S. aureus ou com salina estéril (controle). As citocinas TNF-α, IL-1α, IL-1β, IL-6, IL-8, IL-10, IL-12, GM-CSF, os nitritos totais e peróxido de hidrogênio (H2O2) foram mensurados em sobrenadante de cultura em MPMs e em hPMs. Além disso, por RT-PCR array foi realizada a análise de 84 genes envolvidos na resposta imune contra S. aureus. Resultados: Em MPMs, as células inoculadas com S. aureus dos machos Sham apresentaram níveis mais elevados das citocinas inflamatórias (TNF-α, IL-1α, IL-8) e menores concentrações de IL-10, nitritos totais e H2O2 em comparação aos OQX. Em relação as fêmeas, as células dos machos Sham inoculadas com S. aureus também apresentaram maiores concentrações de citocinas pró-inflamatórias (TNF-α, IL-1α, IL-6, IL-8) e menores concentrações de IL-10 e nitritos totais e H2O2. No tratamento com o DHT, a concentração de citocinas inflamatórias e a expressão de genes como o receptor toll-like 2 (TLR2) e factor nuclear kappa B (NF-kB) foram maiores nos OQX tratados com o hormônio em comparação aos OQX sem o pré-tratamento. Além disso, as concentrações de nitritos totais e H2O2 foram menores em células com o pré-tratamento, tanto em células dos machos OQX, quanto em fêmeas. Para o experimento com seres humanos, os hPMs dos homens inoculados com S. aureus apresentaram maiores concentrações de citocinas inflamatórias (TNF-α, IL-6, IL-12, GM-CSF) e menores concentrações de IL-1β e IL-10, nitritos totais e H2O2 em comparação aos hPMs das mulheres. Em resposta ao tratamento com o DHT, o hormônio inibiu as concentrações de nitritos totais, H2O2 e aumentou a expressão de TLR2 e genes envolvidos pela via do NF-kB em MPMs e hPMs. Conclusão: Nossos resultados demonstram que existe diferença entre os sexos na resposta á inoculação por S. aureus, as fêmeas desempenham melhor resposta de defesa imune contra esse patógeno e o DHT apresenta propriedades imunomoduladoras pró-inflamatórias em MPMs e em hPMs. Espera-se que a melhor compreensão do papel da testosterona na resposta de defesa do corpo contra micro-organismos possa propor estratégias para um tratamento eficaz, seguro e útil. Ademais, poderá contribuir para ações de promoção da saúde da população, repercutindo na redução de custos com tratamentos e hospitalizações.