Mulheres das águas: significações do corpo que trabalha na maré

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Gomes, Thais Mara Dias
Orientador(a): Lima, Mônica Angelim Gomes de
Banca de defesa: Freitas, Maria do Carmo, Araújo, Maria da Purificação Nazaré
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Medicina da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Saúde, Ambiente e Trabalho
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31437
Resumo: Comunidades pesqueiras, comunidades tradicionais de pesca e mariscagem ou, simplesmente, povos do mar, representam, no Brasil, um contingente populacional de aproximadamente 800 mil pescadores artesanais cadastrados. Metade desse contingente é representado por mulheres. É no espaço das areias das praias embebidas pelas lamas dos manguezais, que elas se lançam desvendando tradições, mitos, ritos, riquezas, belezas e estratégias de trabalho. O estudo objetivou compreender os significados do corpo-que-trabalha-na-maré atribuídos por mulheres pescadoras/marisqueiras. Apresenta como objetivo específico descrever o cotidiano de trabalho na maré. Realizou-se um estudo qualitativo, aproximando-se do método etnográfico, no período de janeiro de 2011 a janeiro de 2012, em uma comunidade pesqueira do município de São Francisco do Conde/BA, a Ilha das Fontes. Foram realizadas 6 entrevistas com marisqueiras da comunidade, assim como observado e vivenciado a atividade de trabalho. Abordar os aspectos socioculturais dos povos do mar, não e tarefa fácil, tendo em vista a reduzida produção acadêmica brasileira no âmbito das culturas populares da pesca. A atividade de mariscagem apresenta-se como uma arte, com possibilidade de execução não só por mulheres, mas idosos e crianças. É um ambiente que permeia entre a liberdade e o prazer; a dor e sobrevivência. Observou-se o corpo nas 7 fases que compreendem o trabalho na maré na Ilha das Fontes, executadas ao longo de uma jornada de 12 horas diárias que permeia também o ambiente doméstico. A dor surge nas mais variadas formas, representadas no corpo como uma dor generalizada, cansada, com riscos de acidentes no trabalho. Dessa forma, o corpo-que-trabalha-na-maré configurase não apenas com o olhar da avaliação biomecânica realizada pela Fisioterapia, mas extrapolando esse olhar sistemático para compreender o corpo em sua dimensão subjetiva e cultural.