Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Jesus, Zeneide Rios de |
Orientador(a): |
Paraíso, Maria Hilda Baqueiro |
Banca de defesa: |
Paraíso, Maria Hilda Baqueiro,
Silva, Edson Ely,
Oliveira, Clóvis Frederico Ramaiana Moraes,
Pereira, Claudio Luis,
Moura, Milton Araújo |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em História
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31919
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Resumo: |
Esta tese trata das interpretações sobre os indígenas no Brasil contidas nas obras de Afonso Arinos de Melo Franco publicadas na década de 1930. Teve por objetivo identificar as concepções desse autor em relação aos indígenas no contexto de discussão da mestiçagem e da formação da identidade nacional. Pesquisa qualitativa de caráter historiográfico e documental. Seus resultados apontaram as condições que permitiram a atuação do intelectual Afonso Arinos, enquanto “intérprete do Brasil”, ao formular, por meio do pensamento evolucionista, interpretações que, além de afirmarem a inferioridade dos indígenas, também os responsabilizou pelos diversos problemas políticos, sociais, econômicos e culturais existentes no Brasil dos anos 1930. Permitiram também identificar as apropriações teóricas e conceituais feitas por Afonso Arinos para elaborar suas teses que definiram qual o lugar que indígenas e negros deveriam ocupar na sociedade brasileira. Essas apropriações também influenciaram suas definições de cultura e civilização, resultando no entendimento de que indígenas e negros possuíam uma cultura inferior e pertenciam a uma civilização rudimentar. Também mostraram que as preocupações desse intelectual em relação aos indígenas do Brasil o levaram a tratar essa temática em várias temporalidades, permitindo, inclusive, uma abordagem sobre a influência que esses indígenas exerceram na conformação de uma literatura sobre a teoria da bondade natural, cujas ideias foram apontadas como responsáveis por embasar a Revolução Francesa, culminando na tese de que os indígenas do Brasil ajudaram a derrubar a Bastilha. Suas conclusões apontaram uma desqualificação das ideias revolucionárias que conformaram o pensamento europeu, mas preocupou Afonso Arinos, sobretudo, a possibilidade de essas ideias tornarem-se suscetíveis de promover a adesão dos brasileiros ao comunismo. Suas concepções refletiram os problemas políticos e sociais do período em que escreveu, de forma que questões cruciais da época, como a ascensão do comunismo e as transformações sociais que começaram a dar visibilidade aos sujeitos que historicamente eram excluídos, foram decisivas para a conformação do seu pensamento, que se caracterizou por manter-se próximo das concepções evolucionistas, elitistas e conservadoras que interpretavam indígenas e negros como inferiores, cujas contribuições para a nossa formação foram vistas como justificativas para os vários e graves problemas do país e para os comportamentos inadequados dos brasileiros. Concluiu-se que o clima de polarização política influenciou na elaboração de suas obras, demonstrando a proposição de uma pretensa neutralidade de um pensamento ideológico elitista sobre os indígenas. |