Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Ribeiro, Kelly Cristine |
Orientador(a): |
Muniz, Dinéa Maria Sobral |
Banca de defesa: |
Costa, Edil Silva,
Lícia, Maria Freire Beltrão,
Arapiraca, Mary de Andrade |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Faculdade de Educação
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/21270
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Resumo: |
Esta pesquisa, que tem como tema a movência dos contos de tradição oral e da prática a eles associada − a contação de histórias − das culturais orais e populares para o território escolar, da tradição à contemporaneidade, objetivando analisar como a escola acolhe e reconfigura o ato de contar, constituiu-se em duas etapas. Na primeira, a partir de teóricos da cultura, dos campos da linguagem e da educação, entrelaçados, ao mesmo tempo, com um acervo de entrevistas realizadas junto a contadores de histórias tradicionais de Burkina Faso (África) e do interior da Bahia, desenha-se um percurso histórico demarcado por duas territorialidades: as culturas fundadas na oralidade, com base em Walter Ong e Paul Zumthor, e as culturas populares, neste caso, em diálogo principalmente com Peter Burke. A partir dos referentes históricos, há, ainda, um esforço de demarcar os traços distintivos próprios da palavra oral, tomando aqui o conceito de gênero textual de Bakhtin bem como os estudos de Ingedore Koch sobre a fala. Na segunda parte, para mover-se em direção ao território escolar, ponto de chegada do processo de pesquisa, buscando responder à pergunta inicialmente colocada, optou-se por analisar discursos orais e escritos de professoras da educação básica acerca da contação de histórias e seus usos em sala de aula. No corpus constituído por sete pessoas, une-as o fato de terem tido a experiência de escuta de histórias em suas infâncias, no território das culturas populares, e de terem-na atualizado nas salas de aula em que atuam, em diálogo com referentes outros como a literatura infantil e os programas de formação de público-leitor. Cinco dentre elas, no ano de 2012, produziram monografias de conclusão de curso com temas atravessando a contação de histórias. Assim, a partir dos pressupostos de uma pesquisa de base qualitativa, trabalhou-se com duas instrumentalidades: entrevistas semiestruturadas com todos os sujeitos da pesquisa e, no caso de cinco deles, leitura e análise de seus respectivos trabalhos de conclusão de curso, tendo como base cinco categorias: relação com a tradição (experiências de escuta na infância, em suas comunidades); processos de formação recentes em contação de histórias; constituição de repertório; usos em salas de aula; e concepções e distinções entre o contar e o ler. Reconhecendo-se ser este um tema vasto com amplas necessidades de aprofundamento, tanto a análise histórica, realizada na primeira etapa, como o exame das entrevistas e textos das professoras contadoras de histórias revelam um objeto – o conto e a contação de histórias – não apenas de fruição estética, mas também político, ator de embates entre as chamadas culturas subalternas e as culturas hegemônicas, questões estas que se refletem na escola. A pesquisa revela que, sob o discurso dominante da necessidade de formação de público-leitor, as práticas narrativas orais são colocadas em um lugar de menor importância, ocupando, em alguns casos, apenas as atividades extracurriculares, quando não são colocadas a serviço da escrita, desconsiderando-se as marcas distintas da voz bem como suas diferentes possibilidades pedagógicas, para além de acesso ao livro e à literatura. |