Educação, corpos negros e cultura do rap: rasuras literárias e reescrituras de identidades em uma escola pública de ensino médio de Salvador-ba

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Cerqueira, Cleidinalva Silva lattes
Orientador(a): Silva, Maria Cecília de Paula lattes
Banca de defesa: Sorrentino, Marcos lattes, Miranda, Eduardo Oliveira lattes, Silva, Maria Cecilia de Paula lattes, Oliveira, Edmon Neto de lattes, Alcoforado, Joaquim Luiz Medeiros, Bordas, Miguel Angel García, Silva, Rosângela Souza da
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) 
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35089
Resumo: Esta tese objetivou analisar as possibilidades do rap para o redimensionamento do ensino de literatura e construções identitárias e suas contribuições para que os corpos negros de estudantes de uma escola pública de Salvador-BA despertassem um olhar crítico sobre si e o lugar que ocupam na sociedade. Se insere no campo da pesquisa qualitativa, metodologicamente ancorada no estudo de caso, com estudantes rappers, baseada em depoimentos e entrevistas semiestruturadas. O texto foge do modelo tradicional e se apresenta no formato multipaper. Elegemos o rap por ser um gênero poético comum à cultura de muitos/as jovens estudantes do ensino médio e que os/as aproximam dos textos da tradição literária, ao tempo em que potencializa o ensino de literatura e ressignifica construções históricas a respeito do povo negro, cristalizadas na sociedade brasileira por meio de alguns cânones literários nacionais presentes no material pedagógico dos/as estudantes. Ainda que esta arte esteja nos documentos que regem a educação básica brasileira, ela não adentrou a sala de aula formalmente, embora sua presença entre os/as educandos seja marcante, o que demonstra a relevância da pesquisa. Reconhecido como arte resistência, em que seus artistas se constituem como autores de suas próprias histórias, e não somente como meros figurantes, o rap cria fissuras as quais expõem chagas sociais de uma parcela da população que carrega no corpo, a cor do preconceito, realidade de muitos/as estudantes de onde esta pesquisa foi realizada, uma escola de um bairro da periferia de Salvador. Como resultados, destacamos reflexões realizadas a partir das narrativas dos estudantes, bem como suas produções literárias, sobre como esta arte fortalece as construções corpóreas/identitárias de jovens negros/as das periferias e confere ao currículo outras dimensões e potencialidades. Das conclusões, destacou-se uma práxis educativa amparada no respeito à cultura dos/as estudantes negros/as, moradores de espaços periféricos, comprometida com a emancipação humana; a valorização das produções dos/as estudantes e a consideração deles/delas como sujeitos históricos e sociais. Para além, a possibilidade de se tratar de gêneros literários de formas diversas e situadas, no entrelace da cultura local e a realidade global.