Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Santana, Ana Paula do Nascimento de
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Orientador(a): |
Santos, Lívia Maria Natália de Souza
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Banca de defesa: |
Santos, Lívia Maria Natália de Souza
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Souza, Ana Lúcia Silva
,
Lima, Maria Nazaré Mota de
,
Souza, Arivaldo Sacramento de
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Pós-Graduação em Literatura e Cultura (PPGLITCULT)
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Departamento: |
Instituto de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40235
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Resumo: |
Este trabalho analisa narrativas orais de mulheres negras montenses, nascidas e criadas na comunidade quilombola do Monte Recôncavo, no município de São Francisco do Conde, Bahia. Com este trabalho, busco ouvir essas mulheres, compreendendo-as como corpos-memórias, com subjetividades, afetos, vozes e saberes, que desejam partilhar suas experiências e escrevivências (Silva, 2020; Evaristo, 2020). Procuro, nas narrativas acionadas, identificar suas afrografias, ou seja, seu repertório afrodiaspórico constituído por memórias, linguagens, letramentos e escrevivências. A pesquisa se utilizou da metodologia qualitativa, apoiando-se em referenciais bibliográficos elencados previamente e ao longo das ações, como aporte teórico para a análise dos dados levantados na pesquisa de campo. Durante esta pesquisa, foram realizadas entrevistas orais com seis mulheres com idades entre 39 e 78 anos. A comunidade do Monte Recôncavo é apresentada, numa perspectiva sócio-histórica e geográfica, a partir do olhar de Rubens Celestino (2023), Marise de Santana (2020) e José Jorge do Espírito Santo (1998), três personalidades naturais de São Francisco do Conde, buscando-se fortalecer e preservar a história local. O conceito de quilombo é discutido a partir dos estudos de Givania Silva (2012, 2020), da historiadora Beatriz Nascimento (2021) e do líder quilombola Nego Bispo (2021). As narrativas orais produzidas pelas mulheres constituem fundamentação basilar e são atreladas aos operadores afrografias da memória, da professora Leda Maria Martins; autodefinição, da professora Patricia Hill Collins (2019 e 2016); autorrecuperação e erguer a voz, da intelectual negra bell hooks (1995 e 2019). Essas narrativas são trabalhadas, ainda, a partir do operador escrevivência, plasmado pela escritora Conceição Evaristo (2009, 2020, 2021). Acredito que as vozes das mulheres aqui evocadas podem romper silêncios e ser ouvidas em suas comunidades, na academia e em outros espaços, expandindo, no campo literário, a compreensão dos processos de escrita de si, por meio desses corpos-memórias, protagonizando processos formativos centrais no campo das identidades, não mais atados à tradição canônica, mas dialogando com uma série de outras tradições textuais, periféricas e negras, que se desenvolvem no seio de comunidades específicas. Essas mulheres compõem este trabalho como protagonistas das suas histórias, relatos e comunidades. Suas memórias e relatos orais contribuem com estudos de produção epistemológica de mulheres negras e a desconstrução de discursos subalternizantes, no campo da literatura e cultura. |