Operárias negras: lutas e controle patronal na Cia. de Charutos Dannemann e na Costa Penna & Cia. (1910-1950)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Braga, Carlos Augusto Santos Neri lattes
Orientador(a): Rezende, Vinicius Donizete de lattes
Banca de defesa: Rezende, Vinicius Donizete de lattes, Mata, Iacy Maia lattes, Fraccaro, Glaucia Cristina Candian lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35023
Resumo: A proposição dessa pesquisa foi investigar os laivos de um sistema de organização das atividades laborais nas empresas de charutos e cigarrilhas, onde busquei analisar as interações, resistências e lutas das operárias fumageiras contra um modelo de produção instalado no Recôncavo da Bahia, a partir do desenvolvimento do complexo fumageiro entre as décadas de 1910 e 1950. Foram escolhidas a Cia. de Charutos Dannemann e a Costa Penna & Cia, ambas localizadas nas cidades de São Félix e Muritiba. Essas firmas tiveram trajetórias destacadas no mercado dos artigos de fumo no Brasil, sendo a Cia de Charutos Dannemann a mais proeminente do ramo em sua época. O trabalho das mulheres negras foi o eixo central do desenvolvimento da indústria fumageira a partir da apropriação do saber e do trabalho das operárias na elaboração de charutos e cigarrilhas. Busquei justamente analisar os processos de trabalho e como eles foram sistematicamente reduzidos e fracionados nas manufaturas com vistas ao aumento da capacidade de produção e controle da força de trabalho. Este modelo de organização do trabalho traduziu expressões de racialização das trabalhadoras e lugares subalternizados de gênero, indicativo das estratégias patronais para reproduzir opressões sociais em tecnologias de dominação e de controle do trabalho para alargar a apropriação de mais valor. Esse processo demonstrou uma divisão entre concepção e execução do trabalho como elementos fundamentais para a formação de um aparelho burocrático de produção responsável pela gerência e controle dos processos de trabalho. Dessa forma, as operárias não ficaram inertes diante deste modelo de produção e desenvolveram diversas estratégias de lutas contra à exploração e lançaram investidas rumo ao controle dos processos de trabalho. As lutas operárias foram investigadas desde as lutas implícitas e latentes do chão de fábrica até as lutas abertas das greves, das paralisações e dos movimentos operários.