Você não vai ajudar a cantar essas canções de liberdade? (“won't you help to sing these songs of freedom?”): o reggae como pulsões sonoras de resistência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Costa, Anderson de Jesus
Orientador(a): Câmara, Antônio da Silva
Banca de defesa: Sansone, Livio, Moura, Milton Araújo, Freitas, Ricardo Oliveira de, Silva, Roselene Cássia de Alencar, Câmara, Antônio da Silva
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31885
Resumo: A presente tese de doutorado versa sobre as bases estéticas sociológicas do reggae jamaicano, enquanto música de resistência. O objetivo desta pesquisa foi discutir as relações estabelecidas entre os elementos intra-estéticos e extra-estéticos de formação do reggae como música de resistência das populações afrodiaspóricas nas Américas. A metodologia de análise utilizada para consecução da pesquisa atrelou três elementos: uma revisão de literatura reconstituindo os processos sociohistóricos e culturais que serviram de base para a formação do reggae; a apresentação de elementos biográficos dos principais músicos de reggae jamaicano entre as décadas de 60 e 90; e a análise das músicas a partir do processo de decomposição das canções interpostas com os seus conteúdos biográficos e com os contextos sociohistóricos e culturais que lhes circunscreveram. Assim, em primeiro lugar buscamos delimitar a peculiaridade da relação entre música reggae e sociedade, argumentando sua condição de música popular periférica e afrodiaspórica. Partindo da mediação entre estética e sociedade recuperamos algumas das condições sócio-históricas e culturais que firmaram os cenários nos quais o reggae emergiu. Nesse momento os debates sobre a peculiaridade do capitalismo econômicos e racial, os efeitos dos processos de diáspora africana e de racialização das existências nos situaram nas condições sociais que fizeram com que o gênero jamaicano eclodisse como música de resistência. Depois apresentamos, a partir de elementos biográficos dos músicos de reggae as condições cotidianas nas quais suas existências estavam inseridas durante o processo de produção do estilo enquanto outsider. Desta forma, evidenciamos as estratégias utilizadas por eles para subverter as condições de precariedades e as amarras impostas pela indústria fonográfica e pelas próprias condições do desenvolvimento colonialista das nações semi-independentes. Por fim, nos debruçamos sobre a forma/conteúdo de algumas canções de Peter Tosh e Bob Marley, procurando estabelecer os elementos estéticos sociológicos de formação do estilo jamaicanos como música de resistência descolonizatória.