Santa Casa de Misericórdia da Bahia e sua prática educativa – 1862-1934

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Santana, Ângela Cristina Salgado de
Orientador(a): Passos, Elizete Silva
Banca de defesa: Santos, Arlete Silva, Souza, Elizeu Clementino de, Rocha, Nívea, Dick, Sara Martha, Passos, Elizete Silva
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Educação
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/29796
Resumo: A Educação é importante recurso utilizado pelas sociedades como meio de socialização dos indivíduos, de aquisição e difusão de conhecimentos, de valores sociais, morais e religiosos e de capacitá-los para a vida em grupo. O processo educativo, perpassado de ideologia, pode ocorrer tanto nas escolas da rede pública ou privada como nas instituições filantrópicas ou não governamentais, como a Santa Casa de Misericórdia da Bahia, objeto desta tese. O objetivo geral desta pesquisa é conhecer a prática pedagógica da Escola Interna do Asylo da Santa Casa de Misericórdia da Bahia, durante o período de 1862 a 1934, destinada a alunos asilados oriundos da Roda dos Expostos, avaliar o que propunha para as crianças do sexo masculino e feminino que acolhia e abrigava e os efeitos e conseqüências do processo de socialização numa instituição total. São objetivos específicos: reconstruir a história da Santa Casa de Misericórdia da Bahia no contexto sociohistórico de Salvador, enfocando suas obras e sua estrutura administrativa; conhecer o Asylo dos Expostos; conhecer a Escola Interna, no contexto educacional baiano; identificar e analisar o modelo pedagógico seguido pela Escola Interna; conhecer o tipo de educação oferecida na Escola Interna; analisar a prática pedagógica da Escola Interna; saber o que a instituição considerava e defendia como papéis sociais para homens e mulheres durante os anos que lá permaneciam. A metodologia utilizada foi a adotada pela História das Mentalidades. Assim, este é um estudo histórico-analítico, de natureza qualitativa. Optou-se pelo estudo de caso com a utilização de pesquisa bibliográfica e documental. Os resultados apontam que a Educação Tradicional, adotada pela instituição, com seus componentes de disciplinamento, poder e memorização, ao lado da religiosidade católica, embasou o processo educativo do período em tela, influindo na formação moral e intelectual das crianças. A releitura do cotidiano da Escola, calcado no ideário cristão, mostrou as relações sociais tecidas entre os vários atores envolvidos no processo educativo e revelou como meninos e meninas eram educados e aprendiam a introjetar valores socioculturais e religiosos considerados fundamentais para cada sexo. A relação entre educação e condição social também foi evidenciada, mostrando a ideologia e as fragilidades do processo educativo. Foram reveladas a atuação da Santa Casa de Misericórdia e sua participação no campo educacional baiano, bem como seu papel social, filosofia, características, inserção na sociedade e transformações decorrentes das mudanças sociais na cidade de Salvador de meados do século XIX até meado do século XX. Concluiu-se que a Escola Interna atuou em bases pedagógicas tradicionais, propiciando educação elementar e prática aos asilados, em conformidade com os princípios da Santa Casa de Misericórdia da Bahia, entidade autônoma cuja ação, pautada na caridade cristã e na observância às regras do Estado, amparou meninos e meninas enjeitados e procurou assegurar-lhes abrigo físico, orientação religiosa e adequação ao contexto sócio-político e cultural vigente.