Achados clínicos, neurofisiológicos e de neuroimagem em crianças com microcefalia associada à infecção congênita pelo vírus Zika

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Lage, Maria Lucia da Costa e Silva lattes
Orientador(a): Carvalho, Cristiana M. Nascimento de
Banca de defesa: Carvalho, Cristiana M. Nascimento de, Vieira, Nayara Silva Argollo, Ribeiro, Guilherme de Sousa
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Pós-Graduação em Ciências da Saúde (POS_CIENCIAS_SAUDE) 
Departamento: EDUFBA
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40260
Resumo: A infecção pelo vírus Zika (ZIKV) em humanos foi documentada pela primeira vez no Brasil em 2015, causando uma epidêmica e sendo associada a graves desordens neurológicas no feto. Objetivo: Descrever os achados clínicos, neurofisiológicos e de neuroimagem das crianças com microcefalia associada à infecção congênita pelo ZIKV. Desenho do estudo: Estudo restrospectivo, descritivo e de corte transversal. Métodos: Revisão de prontuários eletrônicos de crianças com microcefalia congênita, cujas mães foram expostas à ZIKV na gravidez e acolhidas num centro de reabilitação infantil em Salvador - Brasil, avaliadas por uma equipe interdisciplinar seguindo procedimentos padronizados e com investigação de outras infecções congênitas correlatas. Resultados: Das 102 crianças avaliadas, 81% das mães relataram sintomas da ZIKV no 1º trimestre da gravidez; 54% das crianças apresentaram microcefalia grave; e todas as crianças na idade média de 4,6 meses (2,6 SD) apresentaram anomalias cerebrais nos achados de neuroimagem, sendo as mais frequentes: atrofia cerebral (92,1%), ventriculomegalia (92,1%), malformação do desenvolvimento cortical (85,1%) e calcificações córtico-subcorticais (80,2%). Encontraram-se, também, anomalias nos exames neurológicos (97,0%), sendo as mais comuns a hipertonia/espasticidade (97,0%), o atraso do neurodesenvolvimento (92,8%) e a hiperreflexia (73,3%); os resultados anormais dos exames neurofisiológicos evidenciaram atividade epileptogênica em 56,3% dos casos, deficit auditivo em 17,3% e a deficiência visual em 14,1%; a artrogripose foi detectada em 10,8% das crianças. Conclusão: Este grupo de crianças apresentou critérios clínicos e neuroimagem para síndrome da infecção congênita pelo ZIKV (SCZ), com alta frequência de anormalidades cerebrais e manifestações neurológicos de início precoce;sugerindo, assim, que a microcefalia pode estar associada a um espectro mais grave de manifestações neurológicas relacionadas SCZ.