Literatura de cordel: corpo, alma e movimento Uma análise sobre o trabalho com a literatura oral nos anos finais do Ensino Fundamental como prática motivadora de leitura na Escola do Campo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Daniela Souza lattes
Orientador(a): Santos, Alvanita Almeida lattes
Banca de defesa: Roiphe, Alberto lattes, Santos, Mônica de Menezes lattes, Santos, Alvanita Almeida lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Pós-Graduação em Literatura e Cultura (PPGLITCULT) 
Departamento: EDUFBA
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38737
Resumo: Afinal, o que é literatura? Quais resultados teríamos se as práticas de leitura literária promovidas nas Escolas do Campo tivessem como centralidade o aluno e não o autor do texto? Estes foram questionamentos que nortearam a presente pesquisa, cujo objetivo é refletir sobre o lugar da oralidade na literatura – até aqui, muito presa à escritura e outras questões que envolvem marcadores como gênero e classe – e o letramento literário na Escola do Campo. O incentivo à leitura e à escrita é uma questão emergente nas escolas, sobretudo as públicas. Contudo, é perceptível a falta de motivação e engajamento, por parte dos/das estudantes do campo, quando a proposta da aula é a leitura de livros. É bastante evidente também a dificuldade que a maioria sente quando está diante de determinados textos literários, pois parece um tanto complexo para um leitor que ainda está iniciando seu processo de formação, enquanto leitor de textos literários, compreender uma realidade e uma linguagem que, em momento algum, dialoga com a sua. Diante disso, o trabalho com a literatura oral nos anos finais do Ensino Fundamental comparece como uma proposta exitosa, sobretudo na etapa inicial e de consolidação da formação literária dos estudantes, que exige, nos momentos da leitura, um trabalho de mediação e a oferta de textos que sejam capazes de “seduzir” e encantar leitores que ainda estão em processo de construção. Entendendo que, para haver verdadeiramente a promoção do letramento literário, são necessárias ações que vão muito além do simples acesso ao livro. A literatura de cordel, com a força que há na oralidade e o movimento do corporal impulsionado pelo ritmo da métrica e das rimas, mostra-se uma importante aliada ao estimular esse processo encantatório que perpassa também pela identidade e identificação com o que está sendo lido. Deste modo, partindo de uma pesquisa de campo, realiza-se um estudo de caso com uma turma do 9º ano do Ensino Fundamental de uma Escola do Campo, onde foi empregado o método da pesquisa-ação, isto é, uma pesquisa participante. Logo, este trabalho analisa o potencial da Literatura de Cordel para a promoção do letramento literário em sala de aula. Para tal propósito, apresenta-se um importante debate ao tencionar questões que circundam o ensino literário, como a noção de literatura, o lugar da oralidade nesse contexto, o letramento literário e as problemáticas que envolvem o termo popular quando relacionado ao literário. Assim, o presente trabalho se propõe a refletir sobre a literatura e o processo de formação literária dos estudantes da Escola do Campo a partir da literatura de cordel, compreendendo-a como um caminho profícuo para a formação destes sujeitos-inacabados que, como todo ser humano, vivem em um permanente movimento de construção e reconstrução. A pesquisa situou-se teoricamente no âmbito dos Estudos Literários e de Letramentos, para tanto, utiliza-se o aparato de Eagleton (2006), Durão e Cechinel (2022), Candido (2011), Cruz (2012), Cosson (2019, 2020) e Colomer (2007); assim como da literatura de cordel, a partir da concepção de Cascudo (2006), Abreu (1999), Zumthor (2018), Haurélio (2013), Marinho e Pinheiro (2012), dentre outros.