Se tirar o neuro, sobra o quê? Uma análise crítica das relações entre o Ensino de Ciências e as Neurociências a partir das contribuições de A. R. Luria

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: ALVIM, LUCAS RENAN FEITOSA lattes
Orientador(a): Messeder Neto, Hélio da Silva lattes
Banca de defesa: Pandita-Pereira, Angelina lattes, Moradillo, Edilson Fortuna de lattes, Messeder neto, Hélio da Silva lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências (PPGEFHC) 
Departamento: EDUFBA
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40697
Resumo: A virada “neurocientífica” no final do século XX foi marcada pela intensificação de publicações no campo das Neurociências e de popularização desses conhecimentos. Vários campos, incluindo as Ciências Humanas, buscaram nos achados sobre o cérebro possíveis contribuições para seus problemas, e, entre essas áreas, a Educação e o Ensino de Ciências. Desse modo, pesquisas no Ensino de Ciências foram produzidas visando construir pontes com as Neurociências, mobilizando conhecimentos e achados ditos neurocientíficos para pensar a formação docente e organizar a atividade docente. Essa pesquisa buscou analisar, nos trabalhos da área de Ensino de Ciências, as concepções de Neurociências presentes e a validade das implicações para formação e atuação docente. Como suporte teórico para a análise dos trabalhos, buscamos contribuições nas obras do psicólogo e médico soviético A. R. Luria (1902-1977), ancorado no Materialismo Histórico-Dialético e na Psicologia Histórico-Cultural, para pensar a Neurociência. Essa pesquisa qualitativa consistiu numa revisão sistemática de literatura e foram analisados 29 trabalhos publicados entre 2012 e 2022 (1 tese de doutorado, 14 dissertações de mestrado e 14 artigos). Analisamos os trabalhos e elaboramos dois eixos de análise: 1) Pressupostos para formação e atuação docente; 2) Proposições para escolhas metodológicas e procedimentais. Concluímos que as pesquisas têm reproduzido concepções hegemônicas e ideológicas sobre as Neurociências, a partir do funcionamento do sistema nervoso, além da reprodução de neuromitos. Ao não debaterem sobre aspectos epistemológicos das Neurociências, as pesquisas acabam por reproduzir concepções ideológicas e naturalizantes sobre indivíduo e desenvolvimento, levando à culpabilização de estudantes e docentes no que tange ao fracasso do processo educativo.