O processo de desertificação: a vulnerabilidade e a degradação ambiental no polo regional de Jeremoabo – Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Oliveira Junior, Israel de
Orientador(a): Silva, Barbara-Christine Marie Nentwig
Banca de defesa: Silva, Barbara-Christine Marie Nentwig, Hadlich, Gisele Mara, Lobão, Jocimara Souza Britto
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia, Instituto de Geociências
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geografia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/20269
Resumo: O jogo de relações entre a sociedade e a natureza nas terras secas denota a insustentabilidade ambiental das práticas, técnicas e tecnologias humanas. A materialização da desertificação ultrapassa a capacidade de manutenção do equilíbrio dinâmico dos ambientes e da resiliência ambiental, evidenciada em diferentes espaços mundiais e brasileiros. Nesta pesquisa, analisou-se a vulnerabilidade ambiental à desertificação no contexto baiano do polo regional de Jeremoabo, orientada pela abordagem integrada do meio ambiente. Delimitou-se essa região, compreendida por 13 municípios (Antas, Canudos, Chorrochó, Coronel João Sá, Glória, Jeremoabo, Macururé, Novo Triunfo, Paulo Afonso, Pedro Alexandre, Rodelas, Santa Brígida e Uauá), a partir da execução do Programa de ação estadual de combate à desertificação e mitigação dos efeitos da seca (PAE-Bahia), constituído, oficialmente, pelo decreto estadual 11.573/2009. Os estudos evidenciados nesta pesquisa pretenderam subsidiar as políticas de planejamento ambiental e, para tanto, aplicou-se indicadores ambientais para analisar e comunicar acerca da força motriz, pressão, estado, impacto e resposta relacionados à degradação ambiental. Os indicadores corresponderam ao índice de vegetação da diferença normalizada (NDVI), aplicados em imagens MODIS dos períodos chuvoso e seco dos anos de 2001 a 2012, a análise do uso e cobertura da terra, produção agropecuária, produto interno bruto (PIB) e programas assistenciais governamentais. Os dados utilizados para a construção de índices e indicadores ambientais foram analisados e processados a partir de técnicas de geoprocessamento e, alguns, representados em mapas. A modelagem fuzzy possibilitou a elaboração de cenários ambientais de i) vulnerabilidade ambiental à desertificação 1 (integração fuzzy dos 12 mapas NDVI do período chuvoso); ii) vulnerabilidade ambiental à desertificação 2 (integração fuzzy dos 12 mapas NDVI do período seco); iii) degradação (modelagem fuzzy dos 24 mapas NDVI, de uso e cobertura da terra e de declividade). Nos estudos de campo, levantou-se os dados primários para compor o banco de dados em sistema de informação geográfica (SIG), transformados em informações sobre a paisagem regional para a análise ambiental e a verificação dos produtos do geoprocessamento. O estudo de documentos, material bibliográfico, dados de campo e de sites institucionais denotou a agropecuária como uma força motriz importante para a configuração de estados de degradação ambiental, oriundos das práticas de desmatamento e queimadas das feições vegetais sobre os solos de estrutura friável. Historicamente, a inexistência e/ou a inoperância do apoio científico, financeiro governamental e técnico às atividades agropastoris se entrelaçaram às condições do meio para pressionarem o ambiente à vulnerabilidade ambiental à desertificação. A crítica de relatórios e documentos das convenções internacionais, programa nacional e planos estaduais de combate à desertificação denotou a ineficiência governamental baiana de enfrentamento à desertificação. Atestou-se, ainda, esse fato na análise do discurso de reportagens veiculadas em um site de notícias entre os anos de 2001 e 2011. Os estudos apontaram situações preocupantes em relação à desertificação, configuradas nas distribuições dos altos níveis de vulnerabilidade ambiental à desertificação, de degradação e nos números relacionados à produção agropecuária e à pobreza da população regional.