Injetar ódio no cérebro do conformado, informação no desinformado e autoestima no derrotado: a representação indigesta da guerra no rap do Facção Central (1995-2006)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Paolinelli, Renann Mattos lattes
Orientador(a): Câmara, Antônio da Silva lattes
Banca de defesa: Oliveira, Anderson Eslie Leite de lattes, Freire, Rebeca Sobral lattes, Câmara, Antônio da Silva lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais (PPGCS) 
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Rap
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/41191
Resumo: A presente dissertação de mestrado versa sobre a representação das violências ao longo da obra do grupo de rap paulistano Facção Central entre anos de 1995 e 2006. O objetivo da pesquisa é compreender e analisar seus usos e sentidos quando representadas a partir da perspectiva de que o Brasil vive um cenário de guerra com efeitos trágicos para todas as classes, opondo playboys e favelados em trincheiras inimigas que se chocam continuamente. Os conflitos entre classes acionam imagens e sentimentos indigestos e sanguinários, justificados como uma espécie de revanchismo da periferia diante do histórico de subjugação e de extermínio praticado pelas classes altas. No capítulo um, procedeu-se a uma revisão bibliográfica fundamentada em Hegel e Marx, perpassando autores como Walter Benjamin, György Lukács e Theodor Adorno, que, no início do século XX, resgataram a teoria marxiana para estabelecer as conexões entre arte e sociedade e formular as bases para uma teoria estética marxista. No capítulo dois, discorre-se sobre os antecedentes, a emergência e a consolidação do movimento Hip Hop na capital paulista em meados da década 80, resgatando a importância dos bailes black, o processo de politização do rap e a inserção do Facção nesse contexto. Por fim, o capítulo três apresenta a análise das canções mais ilustrativas de cada um dos seis álbuns, articulando elementos musicais e poético-verbais com o substrato da matéria social e relacionando com a totalidade da obra dos artistas.