Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Carvalho, Lauriston de Araújo |
Orientador(a): |
Paiva, Ilana Lemos de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/32455
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Resumo: |
No estado o Rio Grande do Norte as facções estão presentes no sistema socioeducativo. Percebemos o impacto do conflito desses grupos na gestão das unidades e nos adolescentes, por meio de marcas identitárias de pertencimento. Por se tratar de um fenômeno recente no estado, o presente trabalho buscou analisar as trajetórias de vida dos adolescentes internos do Centro Educacional Pitimbu – CEDUC Pitimbu – na cidade de Parnamirim/RN, entendendo como se dá as vinculações dessas trajetórias com as facções. Os dados foram analisados a partir de uma perspectiva crítica, à luz do materialismo histórico e dialético. Os resultados produzidos dão conta de apresentar os primeiros indícios de surgimento das facções em territórios das cidades de NatalRN e Parnanamirim-RN, que se dá na estreita relação com as torcidas organizadas (Garra e Máfia) e na presença de um tipo específico de indivíduo, caracterizado como novatos do bairro, com sotaque paulista, tatuados, zangados e que andavam em grupos. Esses fatos nos dão pistas para refletir sobre a inserção desses grupos no RN, como facilitadores da apróximação e ingresso de adolescentes, como também do acirramento do conflito na unidade socioeducativa. A péssima relação entre os adolescentes internos se motivaria pelas diferenças grupais originárias pelo domínio dos territórios nas disputas do monopólio do tráfico de drogas. Os adolescentes carregariam consigo a herança histórica do conflito, estimulada pelo bairro em que residem, e que é levada para dentro da unidade. O fato de residir em determinado bairro já seria condição suficiente para filia-lo a uma facção. A isso demos o nome de filações compulsórias. Pudemos identificar que esse adolescente que passa pelo sistema socioeducativo a sua trajetória de vida está sob a influência dos atores socais, o Estado, a facção eigreja. Observamos que as relações entre esses atores não é conflituosa entre si, mas influências que se sucedem por meio do entrelaçamento de dispositivos disciplinares, no “podamento” dos comportamentos desviantes. O dados mostram também as formas de agir das forças de segurança do estado nas comunidades do RN, como instrumentos da gestão da pobreza face às novas formas de governabilidade do capitalismo contemporâneo. O contexto da comunidade do Mosquito encontra base nos constructos teóricos do Estado de Exceção permanente, nas políticas do deixar morrer, que se dirigem ao jovem, negro e pobre perpassado pelas significações da criminalização da negritude e pobreza. Esses jovens a quem a letalidade se incide mais fortemente são os os homo sacer, os indignos de vida. |