Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Aranzabal, Iñigo Arrazola
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Orientador(a): |
Pertile, Noeli
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Banca de defesa: |
Pertile, Noeli
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Pereira, Felipe Milanez
,
Alencar, Cristina Maria Macêdo de
,
Cleps Junior, João
,
González, Rubén Camilo Lois
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geografia (POSGEO)
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Departamento: |
Instituto de Geociências
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/36343
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Resumo: |
Nesta tese analisamos as formas socioespaciais da expansão do agronegócio na Chapada Diamantina, e os conflitos decorrentes deste processo, com o propósito de compreender as continuidades e rupturas trazidas pela reestruturação do setor nas últimas décadas em relação aos momentos anteriores de conflitividade no campo. Fazendo uso das ferramentas analíticas da Ecologia Política Latinoamericana, situamos os conflitos atuais pela água na Chapada dentro de uma trajetória histórica que reatualiza a construção dos povos e da natureza enquanto objetos coloniais de conquista. Por outro lado, entendemos as dinâmicas de expansão do capital dentro das lógicas da acumulação por deslocamento, que além de expulsar às populações de seus espaços de vida, se baseiam na acumulação de maistrabalho e de maisnatureza que curtocircuita os ciclos reprodutivos da vida. Interrogamonos, ao mesmo tempo, sobre as especificidades desta expansão dentro do contexto de neoliberalização da natureza contemporâneo, destacando dois elementos: a financeirização e o rentismo. Em ambos identificamos continuidades respeito a períodos anteriores, como o papel do setor público no acesso ao crédito subsidiado por parte do agronegócio. No entanto, também observamos elementos novos, como a diversidade de estratégias de sujeição da renda da terra seguidas pelos produtores do agronegócio — analisadas a partir de uma dupla dimensão geográfica, a territorial e a das redes —, atravessando setores econômicos e posições variadas nas relações de produção e comercialização agroalimentares. Posteriormente, incorporamos a análise das dinâmicas de produção de sentido envolvidas nos conflitos e na expansão do setor, fazendo uso do marco da economia política cultural crítica e da dialética entre a justificação e a crítica que acompanham os processos socioeconômicos. Mobilizamos ambos enfoques, fundamentados na não completitude da relação de capital, com o propósito de complementar nossa análise ao considerar as formas pelas que o agronegócio procura absorver as críticas que lhe são dirigidas e produzir justificações sobre suas atividades. Finalmente, abordamos o trânsito do governo à governança, tão aclamado na literatura, como uma continuidade dos modos de dominação política que, no entanto, tem introduzido também transformações. Centramonos para isto nas maneiras pelas quais o setor continua exercendo poder estatal através dos sistemas de governança das águas. Assim, procuramos complexificar nosso entendimento sobre a hegemonia do agronegócio, na medida em que sua expansão é assumida enquanto projeto estratégico de Estado. |