Hegemonia e contra-hegemonia na inserção internacional do Brasil no governo Lula (2003 – 2010): uma análise com base nas agendas da rede brasileira pela integração dos povos (REBRIP)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Jesus, Flávio Franco Santana de
Orientador(a): Aragão, Daniel Mauricio Cavalcanti de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos
Programa de Pós-Graduação: Mestrado em Relações Internacionais
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/31192
Resumo: A pesquisa analisa como a inserção internacional do Brasil, durante o governo Lula (2003- 2010), a partir da sua agenda de política externa, se relacionou com a hegemonia política do bloco de poder da governança global neoliberal, e como a Rede Brasileira pela Integração dos Povos se relacionou com a agenda da política externa deste governo, no intuito de verificar em que medida, a Era Lula contribuiu ou não com os processos de contra-hegemonia à globalização neoliberal, na perspectiva desta Rede. A partir da adoção da perspectiva epistemológica da Teoria Crítica Marxista Neogramsciana, esta pesquisa identifica que a globalização contemporânea apresenta uma estrutura histórica da hegemonia do capital global neoliberal, produtora de relações desiguais de poder global, através de um bloco histórico liderado pela hegemonia da classe capitalista transnacional dos Estados Unidos e seus aliados, a qual mantém seu projeto hegemônico sustentado pelos aparelhos ideológicos de poder, por meio das organizações e regimes internacionais. No entanto, a sociedade civil tem produzido lutas políticas contra-hegemônicas à governança global neoliberal, através de movimentos e grupos sociais subalternos, os quais denunciam os impactos negativos do neoliberalismo, no estabelecimento da soberania e autodeterminação dos povos. No Brasil, com a chegada do expresidente Luiz Inácio Lula da Silva ao poder, a inserção internacional do Brasil, através de sua política externa, foi marcada pela assimilação de aspectos hegemônicos e contrahegemônico, refletidas nas disputas entre as diferentes forças sociais, as quais buscaram influenciar e incidir sobre os rumos do Brasil, na geopolítica internacional, no contexto da globalização neoliberal. Assim, este estudo sinaliza que as agendas de política comercial e multilateralista atenderam os interesses das elites políticas e econômicas da sociedade civil nacional e ao bloco de poder internacional, através da assimilação de aspectos hegemônicos, e as agendas de política de integração regional e de cooperação dialogaram com as pautas e demandas da Rede Brasileira pela Integração dos Povos, de modo que esta Rede ressignificou sua agenda política de luta contra-hegemônica à globalização neoliberal, no entendimento de que a agenda de Política Externa Brasileira, durante o governo Lula, ainda que reconhecendo as contradições presentes na inserção internacional do Brasil, possibilitou avanços para os povos e Estados do Sul global, compreendendo, assim, este governo enquanto aliado político estratégico no acúmulo político da luta contra-hegemônica ao capital global neoliberal.