Imagens da ciência: cinema educativo e discurso científico na era Vargas (1930-1945)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Delfino, Marcelo Silva de Carvalho
Orientador(a): Freire Júnior, Olival
Banca de defesa: Soares, Luiz Carlos, Andrade, Victória Flório Pires de, Freire Júnior, Olival
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Educação - Instituto de Física - UFBA
Programa de Pós-Graduação: em Ensino, Filosofia e História das Ciências
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/32245
Resumo: O Cinema Educativo brasileiro se delimita como um gênero cinematográfico que se estabeleceu na primeira metade do século XX, sendo seu amparo legal a nível nacional estabelecido no governo de Getúlio Vargas, mais especificamente em 1932, a partir da promulgação do decreto 21.240/32, e volta-se sobretudo à utilização de documentários para auxiliar o processo escolar de ensino, ou para transmitir conhecimentos de diversas matizes ao público em geral. O Cinema Educativo se fortalece no Brasil a partir da atuação, sobretudo, de cientistas e educadores vinculados ao Movimento Escola Nova, que buscavam uma transformação nas formas tradicionais de educação, ao mesmo tempo que viram no potencial cinematográfico uma forma de colocar em curso sua própria agenda de modernização do país e de sua população. Os estudos do cinema de uma perspectiva cultural têm crescido exponencialmente a partir dos anos 80, com foco crescente no “fato cinematográfico”, ou em toda a construção contextual na qual estão inseridos os filmes. Nesse caminho, analisa-se a construção de um filme não apenas enquanto ato artístico ou comunicacional, mas com foco em quais contextos, articulações, representações e atribuições sociais, políticas e culturais o cinema carrega em si. No caso do Cinema Educativo, uma análise dessa vertente nos permite compreender de que forma essa ferramenta foi utilizada em congruência com um discurso científico no Brasil na primeira metade do século XX, alinhando este trabalho com as recentes tendências nos estudos de história do cinema e de história da ciência. Neste trabalho, dividido em dois capítulos,trataremos: no capítulo 1, das bases gerais que permitiram a estruturação do Cinema Educativo brasileiro, identificando os principais marcos legais – sobretudo ocorridos nas reformas educacionais de alguns estados – bem como identificando as principais influências internacionais que orientaram este processo no Brasil. No capítulo 2, serão discutidas as influências do médico e antropólogo Edgard Roquette-Pinto, defensor assíduo do Cinema Educativo enquanto forma de popularização do discurso científico, no processo de consolidação desse tipo de cinema. Roquette-Pinto foi pioneiro na utilização do cinema enquanto ferramenta educacional, e toda sua carreira é marcada pelo intercâmbio entre ciências – sobretudo naturais – e cinema. Uma abordagem das principais iniciativas profissionais de Roquette-Pinto será contextualizada com discussões acerca da construção moral e política imbricada nos filmes.