A face marcada: narrativas femininas sobre violência na relação conjugal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Dourado, Suzana de Magalhães
Orientador(a): Noronha, Ceci Vilar
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação do Instituto de Saúde Coletiva, como requisito parcial para a obtenção do título de mestre em Saúde Coletiva.
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/12834
Resumo: A presente pesquisa aborda experiências de vitimização feminina em relações conjugais violentas, estudando casos em que a violência física resultou em danos morais e/ou físicos ao rosto da mulher agredida. Foram objetivos do estudo: identificar as repercussões da violência entre parceiros íntimos às relações amorosas, familiares e sociais das mulheres agredidas; apreender, na perspectiva das vítimas, os significados das marcas consequentes à violência conjugal, bem como desvelar os possíveis caminhos percorridos pelos sujeitos de pesquisa para o enfrentamento da situação de violência conjugal e redução de danos à saúde. O estudo foi desenvolvido com metodologia qualitativa, em caráter retrospectivo, empregando a entrevista narrativa como técnica de coleta de dados. Os sujeitos de pesquisa somaram quatorze mulheres, com idade entre 27 anos e 52 anos, com história de dano facial decorrente de violência conjugal. O acesso a estes sujeitos se fez através de quatro órgãos públicos, sediados em Salvador, abrangendo quatro searas de atuação: esfera policial, assistência psicossocial, setor de saúde e uma instituição de ensino. As narrativas evidenciaram aspectos ligados às construções sociais de gênero na produção da conjugalidade violenta e que as marcas físicas e emocionais originárias da agressão estão imbricadas e, por conseguinte, tem repercussões tanto de caráter objetivo quanto na subjetividade dos sujeitos. A reverberação da convivência violenta atinge não somente o casal, mas se estende a outros membros do grupo familiar, sobretudo os filhos. Foram também reveladas dificuldades na articulação da rede de atenção à mulher, em funcionamento no município, tendo como resultado morosidade na redução dos danos gerados nos processos de vitimização. Espera-se com este estudo contribuir para uma melhor compreensão do fenômeno, como também agregar conhecimento para o seu enfrentamento.